Este diário complementa o nosso site pessoal

( VER ETIQUETAS NO FIM DA PÁGINA )

USE O PESQUISADOR DO BLOGUE -

-

OS TRATAMENTOS SUGERIDOS NÃO DISPENSAM A INTERVENÇÃO DE TERAPEUTA OU MÉDICO ASSISTENTE.

ARTE

terça-feira, 11 de novembro de 2008

ARISTÓTELES





Nasceu em Estagira, em 384 a.C. Foi educado na corte macedónica, em virtude de seu pai, Nicómaco, ter sido médico de Amintas II, rei da Macedónia.

Entrou para a escola de Platão com dezoito anos, tendo sido o seu melhor discípulo, aí permanecendo durante vinte, até à morte do mestre ocorrida em 347. Depois da morte de Platão, foi suspeito de ser partidário dos Macedónios, o que o obrigou a abandonar a cidade de Atenas. Foi preceptor de Alexandre a partir do ano 343 e voltou a Atenas em 335, tendo fundado o Liceu, escola que apresentava alguma rivalidade com a Academia.

As obras a que temos acesso, foram escritas tendo em vista o ensino.

Durante cerca de dois mil anos influenciou o pensamento ocidental, com uma autoridade quase indiscutida.

Obras:
Protréptico – É uma instigação aos estudos filosóficos.
Ética a Eudemo – Trata do problema moral.
História dos Animais – O primeiro estudo de cariz biológico, do filósofo.
Poética – Trata da tragédia e da epopeia. A parte relativa à comédia, ter-se-á perdido.
Física – Estudo da realidade natural.
Os Meteorológicos – Estudo dos fenómenos meteorológicos.
Da Geração e da Corrupção – Poderá ser considerado um verdadeiro apêndice ao Tratado do Céu.
Das Partes dos Animais
Da Geração dos Animais
Retórica – Obra composta por três livros. Os Livros I e II são dedicados à argumentação e o III à forma do discurso.
Constituição de Atenas
Da Alma – Obra que se consagra ao estudo da alma, sua essência e faculdades.
Ética a Nicómaco – Obra composta por dez livros, designa as concepções morais.
A Metafísica – Reúne os conhecimentos de Aristóteles em sede de filosofia primeira, do estudo do Ser enquanto ser.
Organon – Obra consagrada à lógica formal. É composta por outras seis: As Categorias, Da Interpretação, Os Primeiros Analíticos, As Refutações Sofísticas, Os Segundos Analíticos, e Os Tópicos.
A Política – Estuda a forma e a possibilidade de moderar os costumes do Estado, por intermédio das instituições e da cultura.
Tratado do Céu – É nesta obra, que em quatro livros é exposta a cosmologia aristotélica.

Assemelha-se ao mestre, quando julga que nada há na natureza, seja ou não aparentemente insignificante, que não valha a pena ser investigada.

Como já se disse, foi preceptor de Alexandre, entre os treze e os dezasseis anos deste, desconhecendo-se na realidade, qual a influência que exerceu sobre o jovem discípulo – as opiniões de historiadores são diversas, inexistindo consenso.

Em 335 fundou a sua escola em Atenas e faleceu no ano de 322.

Se Platão influenciou pela sua metafísica, Aristóteles fê-lo essencialmente pela lógica, sendo certo que como ensina Russel, “quem hoje quiser aprender lógica perderá o seu tempo a ler Aristóteles ou qualquer discípulo seu.”

Tal como Platão, Aristóteles não é monoteísta, mas politeísta. Deus é um ser vivo, eterno, maximamente bom, dono da vida e da eternidade. É a Primeira Causa, a Primeira Forma ou Ideia. Autocontempla-se ininterruptamente e não tem qualquer interesse nos acontecimentos terrestres.
Deus é identificado com o primeiro motor, o motor imóvel que tudo move sem que seja movido.

Tal como Espinoza, julga que os homens devem amar Deus, mas a este não lhe é possível amar os homens.

No que ao movimento respeita, Deus é o primeiro motor, o motor imóvel e transcendente que dirige o mundo. Ordena-o, mas não o cria. Deus sendo uma forma pura e uma realidade pura, não pode mudar. Deus é forma sem matéria.

Para Aristóteles, há três tipos de substâncias:
- as sensíveis perecíveis – plantas e animais;
- as sensíveis não perecíveis – os corpos celestes;
- as não sensíveis nem perecíveis – a alma e Deus.

Logo a seguir à divindade por excelência, seguem-se as divindades dos céus e dos astros celestes. Anote-se que para Aristóteles o éter era concebido como o que mais se aproximava da divindade e do qual eram constituídos os corpos celestes. Se o mundo sublunar era composto pelos quatro elementos – água, terra, ar e fogo –, o dos astros era-o pelo éter, não estando sujeito à mudança ou à extinção. Esta doutrina foi aceite até ao século XV, acabando por ser abandonada em grande parte por obra de Nicolau de Cusa.

O seu principal argumento quanto a Deus, é o da primeira causa. O que produz o movimento tem de estar imóvel, tem de ser eterno. Deus, motor imóvel, ordenador do mundo no sentido da perfeição, é a causa primeira, mas não é o único motor, porquanto se limita a mover o primeiro céu. As restantes esferas são movidas por outras tantas divindades – ao tempo, os astrónomos identificavam um conjunto de esferas celestes susceptíveis de movimentar os astros num movimento circular.

Sendo Deus o que de mais perfeito pode existir, pensa-se a si mesmo e é pensamento do próprio pensamento, o que o faz plenamente feliz – o pensamento é o que pode existir de mais doce, é o que de mais excelente existe.

O argumento da existência de Deus, prende-se com a hierarquia da perfeição. Na existência de gradações no sentido da perfeição, terá de existir sempre algo absolutamente perfeito. Essa entidade, sumamente perfeita, só poderá ser Deus.
Interessante é a adaptação que realizou do mito da caverna. Daí retirava uma prova inequívoca da existência da divindade. Caso tivessem existido homens a viver em casas sumptuosas, rodeados por tudo o que de mais belo o homem possa conceber, mas no subsolo, sem que alguma vez tivessem contemplado o mundo natural e apenas tivessem uma ideia, ainda que ténue de Deus, seriam imediatamente convencidos da sua existência, se pudessem contemplar, ainda que por breves minutos, a natureza e a sua perfeição. Para Platão, o mito da caverna demonstra-nos a ilusão que é gerada pelo mundo sensível, enquanto que para o seu discípulo, dignifica e atesta a sua perfeição, bem como adianta um argumento a favor da existência de Deus.

O mundo, para Aristóteles, existiu desde sempre, e nunca deixará de existir, alicerçando-se num Acto de Pensamento que tem por essência a eternidade e a completude, aqui entendida como auto-suficiência e subsistência total.
O mundo é perfeito, finito e eterno. É finito, porque se fosse infinito seria incompleto. Para além das estrelas fixas não há espaço. Assim, estariam erradas as teses de Anaximandro e de outros filósofos quanto à existência de inumeráveis mundos e de todos aqueles que admitiram o vazio.

A alma é objecto de estudo da sua Física, porquanto forma incorporada na matéria, vivificando-a. No entanto, não podemos dissociar tal estudo da metafísica. Tal como Platão admite que a alma ao encarnar esquece as percepções adquiridas ao longo da sua existência. Mas, regressando ao além, por efeito da morte, rememora o que aprendeu nesta vida.
Com algum pessimismo, anota que a mais preciosa condição da alma é a sua existência independente do corpo, chegando a afirmar que: “Dado que para o homem é impossível participar da natureza do que é verdadeiramente excelente, seria melhor não ter nascido, e dado que nasceu, o melhor é morrer quanto antes”.



Estudo temático. Para um maior desenvolvimento e conhecimento de outros filósofos sobre os temas versados, ver no site,
www.homeoesp.org » Livros online » Deus, Alma e Morte na História do Pensamento Ocidental.


JOSÉ MARIA ALVES

Sem comentários: