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ARTE

domingo, 2 de novembro de 2008

AS ENFERMIDADES CULTURAIS

Conheço alguém que atingiu um nível avançado de consciência e que começou por estudar teologia. A teologia consiste em especulações sobre matérias inacessíveis até agora ao conhecimento definido, tal como a filosofia, mas apela de preferência à autoridade, quer da tradição quer da revelação, ao invés desta, que apela fundamentalmente para a razão. A teologia induz a crer dogmaticamente que temos conhecimento onde realmente só temos ignorância, e assim produz uma espécie de impertinente arrogância em relação ao universo. Na sequência da licenciatura veio a doutorar-se e quando o referiu a um jovem filósofo nosso amigo, este questionou-o com uma doce ironia : - Que espécie de enfermidade é essa?
Sendo certo que as questões de maior interesse para espíritos especulativos raro têm resposta científica, o teólogo, talvez desiludido com um limitativo dogmatismo, dedicou-se à filosofia. Estruturando-se esta num acto fundamental de liberdade frente à tradição, ao costume e a toda a crença, parecia-lhe propiciar uma busca mais condizente com a Verdade que durante toda a sua vida vinha prosseguindo. Mas, com o tempo, entendeu que a actividade mental é limitada, porquanto o nosso cérebro não se desenvolveu de forma a transcender o espaço e o tempo. Estruturando-se na memória, nunca é totalmente novo e em consequência não é integralmente livre. Afinal, a filosofia baseava-se em palavras e conceitos para penetrar uma Realidade susceptível apenas à mente não conceptualizada. Tinha substituído uma enfermidade maior por uma outra menor.
Esta, curou-a com recurso às parábolas e ao silêncio.

JOSÉ MARIA ALVES

http://www.homeoesp.org/

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