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ARTE

terça-feira, 4 de novembro de 2008

DEUS LONGE, DEUS PERTO



Um sannyasin estava sentado numa pedra junto à margem do rio. O seu olhar não estava pousado em nada, parecendo vagar no vazio infinito.
Um homem aproximou-se e sentou-se junto dele. Conversaram. O Sannyasi estava determinado a encontrar Deus. A sua vida era oração e meditação. Castrara-se voluntariamente para aniquilar o desejo que ardia nas suas entranhas. Mortificava-se quotidianamente para destruir os seus apegos. Tudo com o objectivo de alcançar a Paz na união divina.
Nada deste mundo lhe interessava. A realidade não existia, tal a obsessão com a suprema motivação de atingir o Absoluto.
- E encontrou-O? – perguntou-lhe o homem.
- Não. Estou prestes a desesperar! – respondeu o “santo”.

No entanto, as águas do rio corriam lentamente em direcção ao mar, afagadas pelos raios de sol matutinos, doirando-as. Os arbustos de um verde vivo embelezavam com as suas flores multicoloridas as margens salpicadas de borboletas e libelinhas. O céu ainda apresentava tons de rosa e alaranjados, que se sobrepunham ao azul magnífico de base. A Lua estava no horizonte, majestosa e em todo o seu esplendor, aguardando o momento certo para se recolher temporariamente. Pássaros vagueavam no espaço planando em círculos perfeitos, enquanto outros chilreavam estridentemente nos ramos das árvores. Tudo se conjugava em perfeita sinfonia, até as vozes longínquas dos agricultores que iniciavam a faina nos campos.
E o sannyasin, insensível à Beleza, buscava o Absoluto...

JOSÉ MARIA ALVES
www.homeoesp.org

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