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ARTE

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

EPICURO





Fundador do epicurismo, nasceu em 341 ou 342 a.C., tendo passado a infância em Samos. Começou a estudar filosofia aos 14 anos. Em 311 fundou em Mitilene a sua primeira escola, e em Atenas no ano de 207. Morreu em 270-1 a.C.. Foi muito provavelmente aluno de Xenófanes.

A vida na sua escola era simples e a comida frugal, essencialmente pão, e a bebida água. Dizia que o corpo lhe tremia de prazer quando se sustentava de pão e água, e cuspir nos prazeres luxuosos, não por eles, mas pelos males deles resultantes.

Epicuro escreveu extensa obra. Apesar de não restar muito dos seus escritos, do que dispomos, ficamos com uma ideia algo precisa do seu pensamento.
Diógenes Laércio transcreveu três cartas suas:
- A Heródoto, sobre a Física;
- A Pitoclo, sobre os meteoros; e
- A Meneceu, sobre a moral.
Para além destas, dispomos de quarenta máximas. Num manuscrito existente no Vaticano, foram descobertas cerca de oitenta outras máximas. Temos ainda acesso a alguns fragmentos da sua obra Sobre a Natureza.

A sua filosofia destinava-se a dar tranquilidade ao homem, mas buscava mais a extinção do sofrimento, do que propriamente o prazer. Deve ter sido o problema do medo, que o levou à sua doutrina filosófica. As suas causas são a religião e a morte.

A filosofia é o verdadeiro caminho para a felicidade, e esta, só é atingível quando o homem se conseguir libertar das paixões que o assolam e lhe dizimam o espírito. Julga e pratica a máxima de que “é não só mais belo, mas também mais agradável fazer o bem do que recebê-lo”.

A doutrina epicurista teve reprovável aproveitamento por alguns dos seus intérpretes e seguidores, o que levou Séneca a acorrer em seu auxílio, dizendo que Epicuro nos forneceu preceitos veneráveis e justos, que quando devidamente observados, denotam severidade. A fama de ser uma escola de perdição é uma injustiça, um erro – o que não impediu a sua prejudicial reputação.

Tudo é corpo, menos o vazio, que é incorpóreo – Epicuro adoptou quase que na íntegra a física de Demócrito.

Admite a existência de deuses, que não são activos, pois com nada se preocupam, atenta a felicidade de que gozam, não se imiscuindo nos assuntos dos seres humanos, pelo que não devem ser temidos.

A alma, que é material, composta de átomos dispersos pelo corpo, morre com este, já que os seus átomos se dispersam – a influência da doutrina atomista é clara nesta tese.

A morte é inevitável, mas não forçosamente um mal.

A filosofia de Epicuro, pode ser sintetizada num “remédio quádruplo”:
- Libertar a humanidade do medo dos deuses, já que pela sua natureza, absolutamente feliz, não se interessam nem se ocupam das coisas dos homens;
Os deuses não são activos, porquanto: A divindade, ou quer suprimir os males e não pode, ou pode e não quer, ou não quer nem pode, ou quer e pode. Se quer e não pode é impotente; e a divindade não o pode ser. Se pode e não quer, é invejosa, e a divindade não o pode ser. Se não quer e não pode, é invejosa e impotente, portanto não é divindade. Se quer e pode (que é a única coisa que lhe é conforme) donde vem a existência dos males e porque não os elimina?
- Libertar os homens do medo da morte. Já que ela em nada consiste. Em bom rigor, quando existimos nós, não existe a morte, e quando ela existe, somos nós que não existimos.
- Indicar ao homem o caminho que leva ao prazer, atenta a sua acessibilidade.

Epicuro afirmou na obra “Sobre o Fim”: Em minha opinião não sei conceber que coisa é o bem se prescindo dos prazeres do gosto, dos prazeres do amor, dos prazeres do ouvido, dos que derivam das belas imagens percebidas pelos olhos e, em geral, todos os prazeres que os homens têm pelos sentidos. Não é verdade que só o gozo da mente é um bem; dado que também a mente se alegra com a esperança dos prazeres sensíveis em cujo desfrute a natureza humana pode livrar-se da dor.
- A brevidade da dor.

Lucrécio, nascido em 99 a.C., foi o maior discípulo de Epicuro, tendo poetizado a sua doutrina, sem a desvirtuar – De Natura Rerum.



Estudo temático. Para um maior desenvolvimento e conhecimento de outros filósofos sobre os temas versados, ver no site, www.homeoesp.org » Livros online » Deus, Alma e Morte na História do Pensamento Ocidental.


JOSÉ MARIA ALVES

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