Baruch de Espinoza nasceu em 1632. Teve uma vida austera, de grande modéstia, o que lhe proporcionou a liberdade de espírito que tanto prezava. Segundo Russel, o mais nobre e amável dos grandes filósofos. Judeu, foi por eles excomungado, os cristãos odiaram-no ou aborreceram-no, e não obstante a ideia de Deus esteja presente em toda a sua filosofia, foi acusado de ateísmo, e isto, porque o Deus de Espinoza é um deus panteísta, que aos ortodoxos não parecia ser deus nenhum.
Da sua filosofia ressalta a necessidade de ser garantida ao homem, quer a liberdade política quer a religiosa. Faleceu em 1677.
Algumas obras:
Tratado Teológico-Político – Nesta obra, Espinoza defende a liberdade de pensamento, a tolerância e a democracia. Julga que a Bíblia deve ser submetida a uma leitura realizada à luz da razão e critica a teologia, quando esta exorbita dos seus limites naturais.
Ética (Demonstrada Segundo a Ordem Geométrica) – Divide-se em cinco livros: I – De Deus; II – Da Natureza e da Origem da Alma; III – Da Origem e da Natureza das Afecções; IV – Da Servidão do Homem ou das Forças das Afecções; V – Do Poder do Entendimento ou da Liberdade do Homem.
O Deus de Espinoza não é o cartesiano. Não é o Criador, mas a própria Natureza, o famoso Deus sive natura.
Tratado Político – Neste, volta a analisar alguns temas do Tratado Teológico-Político.
Pequeno Tratado Sobre Deus, o Homem e a sua Felicidade – Compilação de notas soltas, deve ser lido com prudência, pois não reflecte verdadeiramente o pensamento metafísico do filósofo.
Tal como Hobbes, interessou-se fundamentalmente pela política, moral e religião, defendendo que a Igreja deve estar subordinada ao poder temporal.
Não professou qualquer religião e a sua filosofia chegou a ser identificada com o ateísmo, em virtude de considerar que Deus é o conjunto de tudo o que existe. Se foi ateu, foi um ateu religioso arrebatado pelo seu Deus filosófico, inteiramente infinito e que é causa de si próprio, porquanto a sua essência implica fatalmente a existência. Ele ama o seu Deus intelectualmente.
Deus é a origem, o Ser gerador de todas as coisas e seres. A sua substância é a única realidade e o seu conhecimento o único conhecimento verdadeiro. Só há uma substância que é Deus ou a Natureza. O espírito humano tem conhecimento da eterna e infinita essência de Deus. E o conhecimento de Deus é o maior bem para o espírito e a sua mais elevada virtude.
A vontade do homem é uma ilusão, tudo sendo vontade de Deus.
A fé reconduz-se à obediência a Deus. Tanto o Antigo quanto o Novo Testamento mais não são do que disciplina de obediência. O único preceito que as Escrituras ensinam é o amor ao próximo, nisso consistindo o culto e a obediência a Deus.
Entre a fé – vista como obediência – e a filosofia – razão –, não há qualquer afinidade, uma prosseguindo a obediência e a outra a verdade.
Não há imortalidade pessoal – tal como apregoada pelo cristianismo –, mas antes uma imortalidade impessoal, que consiste numa progressiva união com Deus.
O homem sábio, até onde lhe é permitido por via da sua limitativa finitude, deve esforçar-se por ver o mundo como Deus o vê, sob o aspecto primordial da eternidade.
Estudo temático. Para um maior desenvolvimento e conhecimento de outros filósofos sobre os temas versados, ver no site, www.homeoesp.org » Livros online » Deus, Alma e Morte na História do Pensamento Ocidental.
JOSÉ MARIA ALVES
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