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ARTE

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

GUILHERME DE OCCAM





Occam, também denominado “Doctor invencibilis”, nasceu cerca de 1290 e faleceu em 1348, sendo o último dos grandes pensadores da escolástica. Como franciscano, combateu a opulência do papado de Avinhão.

Na obra Brevilóquio sobre o Poder do Papa, faz uma clara distinção entre o poder temporal e o espiritual, contestando a doutrina segundo a qual o papa seria detentor de um poder absoluto, transmitido directamente por Cristo.
Na Suma de Toda a Lógica, apresenta-nos a divisão entre o conhecimento racional e a fé. As verdades divinas deixam de ser objecto do conhecimento racional.
Escreveu ainda um Comentário sobre as Sentenças de Pedro Lombardo.

Nele, não há “casamento” possível entre a investigação filosófica e a verdade revelada. Sendo impossível investigar pela razão a verdade revelada, Occam anuncia o fim da escolástica. Isto não quer dizer, que tenha sido completamente destruída, feita tábua rasa, mas que se limitou apenas a influenciar com alguns dos seus conceitos os filósofos da modernidade, que nunca conseguiram libertar-se integralmente dos seus condicionamentos.
Tal como para Bacon, a experiência é a base de todo o conhecimento.

A fé não pode ser demonstrada, já que não temos qualquer conhecimento de Deus, assim como as provas da existência deste não têm qualquer valor – só se conhece a essência do que se conhece a existência (e não temos o conhecimento intuitivo de Deus), e como não se conhece a sua existência, está-nos vedado o conhecimento da sua essência.
Não estando demonstrada a existência de deus, não estão demonstrados quer os seus atributos, quer a sua imutabilidade.

A Trindade é um paradoxo. Uma única essência e três pessoas, é algo inconcebível para a razão natural.

Para Occam as Formas platónicas e os Universais aristotélicos, eram uma verdadeira aberração ou tolice, atenta a sua complexidade.

Põe em causa a física aristotélica da diversidade da natureza dos corpos celestes e dos sublunares. Depois de Occam, foi Nicolau de Cusa quem questionou a validade da doutrina aristotélica.

Deus pode realizar o que lhe aprouver. Daí, nada o impede de criar todos os mundos que bem entender, o que implica a possibilidade razoável de existência do infinito. Admite, pois, a pluralidade de mundos e do infinito. Considera provável a eternidade do mundo, mesmo tendo consciência de que esta implica a sua necessidade e exclui a criação.

Não é apenas pela fé que os homens se podem salvar, mas também pelo exercício de uma recta razão.

O pecado é a desconformidade da vontade e da acção do homem, relativamente às leis divinas.

A vida eterna consiste na presença e no gozo de Deus.

A Igreja é a livre comunidade de fiéis, e nem o papa nem o concílio têm a capacidade natural para estabelecer verdades de fé absolutamente indiscutíveis, podendo quer um quer o outro decair em heresia, que já não ocorrem no seio daquela comunidade.

Grosso modo, o famoso argumento conhecido como “navalha de Occam”, é a doutrina segundo a qual, quando nos deparamos com um determinado problema, e após minuciosa e diligente investigação, será a sua mais simples explicação, a verdadeira.



Estudo temático. Para um maior desenvolvimento e conhecimento de outros filósofos sobre os temas versados, ver no site,
www.homeoesp.org » Livros online » Deus, Alma e Morte na História do Pensamento Ocidental.


JOSÉ MARIA ALVES

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