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ARTE

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

HEGEL





Mais do que Fichte e Schelling – também filósofos do Idealismo Germânico –, foi Hegel quem desenvolveu a filosofia kanteana, não obstante discordasse de muitas das suas ideias. Teve como objectivo estabelecer uma escola filosófica capaz de explicar cabalmente a experiência no seu aspecto total, em função do passado, presente e futuro, ou seja, do tempo.
Será interessante realçar, que Fichte julgou ser o seu próprio criador, assim como a existência do mundo é uma criação sua – penso, logo tudo existe.

Nasceu no ano de 1770 e faleceu em 1831.
Como já se disse, sofreu uma marcante influência de Kant, e influenciou os principais filósofos de língua inglesa.
Ensinou filosofia em várias universidades, tendo terminado a sua vida em Berlim.

É talvez, de todos os que reputamos como grandes filósofos, o mais difícil de compreender. A tentativa de compreensão da realidade por intermédio de escritos algo obscuros teve como consequência o facto de alguns filósofos afirmarem que o compreenderam sem que o tivessem compreendido, enquanto outros, afirmaram a impenetrabilidade parcial das suas doutrinas para além de as julgarem pouco convincentes. Eu, pessoalmente, julgo que não o compreendo, e desse facto desde já vos alerto.

Parece-me que a sua tese principal se prende com o facto de que qualquer parte do todo, é sempre uma fracção deste, cuja existência depende do relacionamento que mantém inelutavelmente com as outras partes. Daqui se depreende, que pelo conhecimento de uma parte em especial, se conhece o geral, o todo, em virtude de cada parte estar intimamente ligada a todas as outras partes, sempre com ligações sucessivas. Da reconstituição destes relacionamentos, o homem pode ascender à imagem do Universo na sua completude – o que ocorre tanto no mundo dos objectos materiais quanto no mundo dos pensamentos.
No que toca ao mundo do pensamento, tomada uma ideia abstracta, verificamos de imediato as contradições a que conduz. Ora estas contradições modificam-se na ideia oposta – antítese. Daí, vamos buscar uma nova ideia, que seja mais perfeita, e que no fundo, só pode ser a síntese da tese – da ideia original – e da sua antítese, e assim sucessivamente, atingindo o processo dialéctico a Ideia Absoluta – que não tendo oposto, desobriga-nos de novos procedimentos – que representa a realidade absoluta.
Ora, se viermos a atingir o Todo, tal como pensamos que Deus o atinja ou percepcione, verificaremos que “o espaço, o tempo, a matéria, o bem, o mal, desaparecerão, dando lugar a uma unidade espiritual, eterna, imutável e perfeita”.

Obras principais:
A Fenomenologia do Espírito – É a história da consciência, da alma transformada em consciência e da própria consciência nos seus momentos de desenvolvimento.
Obra de grande importância no panorama do pensamento humano, mas de difícil leitura e compreensão.
Princípios da Filosofia do Direito – Texto que teve a sua origem no ensino do filósofo, e que pretende unificar o Direito e a Moral, o objectivo e o subjectivo.
No prefácio, Hegel diz-nos que a filosofia é o conhecimento daquilo que é e não daquilo que o mundo deve ser.
Outras obras:
A Ciência da Lógica; Enciclopédia das Ciências Filosóficas em Epítome;
Estética; Lições sobre a Filosofia da Religião; Lições sobre a História da Filosofia – 1833 a 1836; Lições sobre a História da Filosofia – 1837; Conferências sobre as Provas da Existência de Deus; Propedêutica Filosófica.

Para Hegel, a realidade é o Espírito Absoluto – existe aqui um manifesto monismo, ou seja, a realidade é composta por um único elemento. Se o Absoluto, em termos físicos é a natureza – o mundo –, já na sua forma espiritual, é a mente do ser humano. Apenas o todo é real, e o real é racional, bem como o racional é real. O todo é o Absoluto que evolui pela síntese, melhor, pelo conflito dos opostos – a tese ao encontrar o seu oposto, a antítese, atinge a síntese, encontrando esta por sua vez, a sua própria antítese, produzindo uma nova síntese, e assim sucessivamente. A capacidade intelectiva do homem, faz com que o Absoluto atinja o autoconhecimento – será que desta forma, o homem é partícipe no complexo processo da criação de Deus?

Deu uma grande importância à lógica. O seu processo dialéctico celebrizou-o. A dialéctica é composta por tese, antítese e síntese. Sigamos o seguinte exemplo, citado por Russell:
“O Absoluto é Ser puro”. Admitamos este “é” sem designar quaisquer qualidades. Mas, o puro ser sem qualidades é nada, o que leva à antítese, “O Absoluto é nada”.
Da tese e da antítese passamos à síntese. A união de ser e não ser é evolver, e assim diremos,
“O Absoluto é evolver”.
Mas também não basta, porque tem de haver alguma coisa que evolva.
Para chegar à verdade é necessário seguir todos os passos da dialéctica.

O processo dialéctico tem três destinos essenciais:
- a arte – por esta, é-nos demonstrada a beleza das formas materiais do Absoluto;
- a filosofia – é por esta, estribados na razão, que reconhecemos o Absoluto;
- a religião – aqui fica determinado que o cristianismo é a melhor das religiões – a encarnação representa uma expressão dos aspectos finitos e infinitos do Absoluto, atingindo-se deste modo a síntese.

Em filosofia a verdade é o todo, nenhuma parte podendo ser verdadeira.
A Ideia Absoluta, é pensamento puro que se pensa a si mesmo.



Estudo temático. Para um maior desenvolvimento e conhecimento de outros filósofos sobre os temas versados, ver no site, www.homeoesp.org » Livros online » Deus, Alma e Morte na História do Pensamento Ocidental.


JOSÉ MARIA ALVES

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