Nasrudin afirmava na casa de chá
Sua inata hospitalidade.
Aproveitando-se, disseram os amigos:
“Leva-nos a tua casa para jantar.”
Nasrudin anuiu
E partiu à frente para avisar a mulher
Que não ficou entusiasmada:
“Não tenho comida para tanta gente.
Mande-os de volta.”
“Não posso tal fazer.
Minha honra está em jogo.”
“Eu mesmo o farei,
Direi que não estás.”
Decorrido algum tempo, os convidados
Impacientavam-se desesperados.
“Abre a porta, Nasrudin,
Deixa-nos entrar
Pois queremos comer.”
A mulher do Mullá disse-lhes:
“Meu marido não está.
Saiu a correr
Não sei para que coisa fazer.”
Os amigos disseram que tal impossível era.
Tinham estado sempre à porta
E ninguém viram sair.
Continuaram então a insistir.
O Mullá sem se conter
Assomou à janela do andar cimeiro e disse:
“Podia ou não eu ter saído pelos fundos?!”
JOSÉ MARIA ALVES
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