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ARTE

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

MONTAIGNE





Montaigne nasceu no ano de 1533, em França, tendo falecido em 1592.

Do filósofo, mencionamos as seguintes obras:
Apologia de Raymond Sebond – Esta obra faz transparecer a crise céptica que assola o filósofo, num mundo de novas descobertas que relegaram para o domínio das meras curiosidades as doutrinas dos pensadores consagrados como Aristóteles, Platão, Santo Agostinho e S. Tomás de Aquino – v.g. o heliocentrismo de Nicolau Copérnico e as mais variadas experimentações científicas, e ainda as viagens que levaram à descoberta de novos mundos.
Contesta as teses do teólogo Sebond – Teologia Natural –, que fundava a fé na razão e colocava o homem no primeiro plano da criação. A razão não tem para Montaigne um valor de absoluta superioridade, e o homem está bem perto dos restantes animais.
Um tanto paradoxalmente – provavelmente como consequência do seu cepticismo –, faz a apologia do catolicismo e condena os protestantes, quer na sua teoria da livre investigação fundamentada na razão, quer responsabilizando-os pela desordem que grassava em França.
Ensaios – Nesta obra, Montaigne é o próprio objecto do seu livro. Trata-se de um conjunto de reflexões diversificadas – v.g. religiosas, políticas, acerca da morte.
É de realçar a sua meditação sobre a morte. Sendo inelutável nada podemos fazer contra ela. Se não a podemos aniquilar, podemos pelo menos aniquilar o medo que em nós gera. Saber morrer é a última fase, o canto do cisne de saber viver. Pela filosofia aprendemos a morrer.
A sua filosofia expressa a tentativa de fazer com que o homem retorne a si mesmo – o que tem plena identificação com a renovação objectivada pelo Renascimento. Influenciou Descartes e seguramente Pascal.
Está constantemente a observar-se e a observar o que o rodeia. Nos Ensaios, afirma a nível introdutório, ser ele o próprio assunto do seu livro.

Não elaborou um sistema filosófico, mas toda a sua vida mais não foi do que um constante filosofar.
Inicialmente estóico, encaminhou-se para o cepticismo.

Tem uma péssima ideia do homem: “nada pode imaginar-se de mais ridículo do que este ser mesquinho, que não sendo dono de si próprio se afirma ingloriamente senhor e dono do universo, sem que conheça a mais ínfima parte deste. Como é que um ser tão miserável o poderia dirigir, quando nem sequer se conhece nem o conhece?”

A morte é consequência directa da condição humana. Morremos não por que estejamos doentes ou por sofrermos um acidente, mas porque estamos vivos.
Quem teme o sofrimento, já sofre por antecipação o que teme. Ensinar os homens a enfrentar a morte, será ensiná-los a viver, já que vida e morte andam de mãos dadas na nossa miserável existência.
É por via da ideia da morte, que Montaigne diz gozar a vida duas vezes mais do que os outros. A sua iminência faz com que se empenhe numa vivência plena e profunda.



Estudo temático. Para um maior desenvolvimento e conhecimento de outros filósofos sobre os temas versados, ver no site,
www.homeoesp.org » Livros online » Deus, Alma e Morte na História do Pensamento Ocidental.


JOSÉ MARIA ALVES

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