Um Emir serviu lauto banquete
Para o qual todos convidou.
Nasrudin, assim que soube
Não se fez esperar.
Com seu manto esfarrapado
Correu para o palácio
Onde o mestre de cerimónias
O sentou junto de mendigos,
No pior lugar,
Afastado de grandes celebridades
E das melhores mordomias.
Muito tempo demoraria até que fosse servido.
Melhor seria a casa retornar,
Vestir roupa a preceito,
Besuntar-se com água de cheiro.
Assim pensou, assim fez.
Vestiu um manto resplandecente
E magnífico turbante colocou.
Chegado ao palácio
Rufaram tambores e soaram trombetas
A condizer com tamanha personalidade.
O camareiro real conduziu-o para lugar
Na mesa principal ao lado do próprio Emir
E de farta comida foi servido.
Nasrudin apanhava alimento com as mãos
Esfregando-o no manto e no turbante.
Tais modos estranhou o Emir:
“Eminência, Senhor, estou curioso.
Seus costumes são uma novidade para mim.”
“Enfim, é justo e normal”, respondeu Nasrudin,
“Se o manto e o turbante me fizeram aqui chegar
Não merecem assim, perante tal arte e engenho
A sua parte?”
JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org
terça-feira, 4 de novembro de 2008
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