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ARTE

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

ADA NEGRI (1870-1945) - MULTIDÃO

Uma folha tomba do plátano, um frémito sacode o imo do cipreste,
És tu que me chamas.

Olhos invisíveis sulcam a sombra, penetram-me como à parede os pregos,
És tu que me fitas.

Mãos invisíveis nos ombros me tocam, para as águas dormentes do lago me atraem,
És tu que me queres.

De sob as vértebras com pálidos toques ligeiros a loucura sai para o cérebro,
És tu que me penetras.

Não mais os pés pousam na terra, não mais pesa o corpo nos ares,
transporta-o a vertigem obscura,
És tu que me atravessas, tu.

Tradução de Jorge de Sena

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