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ARTE

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

STÉPHANE MALLARMÉ (1842-1898) - BRISA MARINHA







Oh! a carne é um tédio, e li todos os livros.
Fugir! Fugir além! Sinto bêbados pássaros
Por entre a desconhecida espuma e os céus!
Nada, nem os velhos jardins nos olhos seus
Retém o coração que nas vagas se deita
Oh noites! nem da minha lâmpada a luz deserta
Sobre o papel vazio que a brancura defende
Nem a jovem mulher que o peito ao filho estende.
Partirei! Vapor que baloiças o teu mastro
Ergue a âncora, segue um exótico rastro!

Um Enfado, por anseios cruéis afligido
Ainda crê no supremo adeus do lenço erguido!
Talvez os mastros, que chamam os temporais,
Sejam desses que o vento dobra sobre finais
Naufrágios, sem mastros, nem ilhas pujantes...
Mas ouve, oh coração meu, cantar os mareantes!

Tradução de Filipe Jarro

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