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ARTE

terça-feira, 1 de junho de 2010

ALBERTO SERPA (1906-1992) - AMORES INFELIZES



Amor de olhos nos olhos e silêncios,
de grandes palavras irremediáveis: sempre... nunca...,
de beijos nos olhos húmidos e nas frontes enrugadas,
de mãos nas mãos e nada mais...

Amor de longas confidências ao luar e às estrelas,
de ciúmes que fazem insónias e sonetos pessimistas,
de aventurosos planos que se sabe impossíveis,
de perigos pneumónicos nas noites chuvosas, sob uma janela...

Amor de olhar as águas rápidas e nocturnas do rio fundo,
com pensamentos românticos de suicídio fatal,
sentindo já no corpo o frio arrepiante da morte...

Amor de ir à igreja, depois, em manhã clara de Primavera,
e de acabar num hábito suportável e tranquilo...


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