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ARTE

domingo, 18 de dezembro de 2011

OS ANOS NÃO PERDOAM



Poucos eram os anos
Os anos são sempre poucos
Mas passam mais depressa
Que os próprios anos

As tuas carnes apodreciam no bule de seis asas

Uma borboleta esvoaça nas veias

Ansiosa a dona do cão preso ao automóvel comprado no embuste da flor murcha
Arrancou
Arrastando um cedro vermelho

Erro apocalíptico do comerciante de ilusões retido nas embalagens do tempo
Validade já expirada

Uma humana cria dormia exausta de tanto dormir
O cão latia atarefado de tanto latir
A dona desesperava pelo tempo perdido
Sem amante sem marido

E os anos não perdoam


http://www.homeoesp.org/livros_online.html

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