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ARTE

domingo, 24 de março de 2013

OS PORTUGUESES E A SUA MANIA DE POUPANÇA





tristeza de pedra trespassa as faces dos vendedores de sonhos

neste reino impera a náusea do embuste gelatinoso 
a cinza das palavras reparte-se pelo jardim do império onde estão os sepulcros dos que não souberam
dizer não
agora mesclados com a acidez dos cães domésticos
presos na mesma trela de argumentos tecidos em grosseira filigrana de líquido seminal estéril

só resta a impunidade das estátuas que se erguem arrogantes

ao lado um chinês os chineses não morrem
estranho é e
bizarro o restaurante dos fundos
vazio de mesas postas com uma santinha oriental na vitrina velha-comedora-de-homens

a sul sentado numa rosa-dos-ventos encarvoada um demente
as nuvens afastam-se criteriosas da latrina
as gentes dispersas cabisbaixas soletram as últimas sílabas da morte ferruginosa a arrostar a erva amarelada

não há cão que nos valha 

ontem o comendador tomou uma bala antes do almoço
os portugueses e a sua mania da poupança




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