do prédio velho da avenida desciam em cascata as carnes flácidas das mais antigas prostitutas ali quando os três vinténs ainda eram de gente agitavam-se vulvas e vaginas e por vezes por vezes as nádegas daqueles enormes cus ancestrais marcados a ferro e fogo por pénis escuros amedrontados as camas embaraçadas acumulavam as rugas dos lençóis nos rios espermáticos de gerações
gritos forjados pelos quartos e nalguns salões viveiros orgíacos de odores adocicados pensões em serviço permanente
gestos carnívoros insinuavam-se na raiva de tanto sexo desejado para tão parca vida
afinal eram as putas da avenida
tão queridas
aos poetas da má-vida
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