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ARTE

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

O MESTRE MUDO



os ramos nodosos vertiam versos de miserável vetustez      a velhice aos portais do final da noite partilhava a cama carmim com a mais serena das dores
agitaram-se os ribeiros com três pés de profundeza na entrada da cidade sitiada a norte por exércitos de mitos remotos        nos abismos traídos pela avara justiça os mortos juntavam-se à maioria      escravizada a razão à  vida elanguescente
um milhar de soldados encaminhou-se para as muralhas      o dia resplendia      o terror exalava das acácias      um louco por cada árvore rasgada pela vergonha      imaculada       a sombra da estátua de mármore onde discípulos dormiam na luz ténue do crepúsculo
houvera aí em tempos um mestre mudo      castelo de várias torres e tesouros adiamantados escusos      a insolência das palavras reduzira-o à solidão do portão emparedado
vivo na morte o mais afortunado dos anacoretas só divisava um caminho
um ramo de azevinho




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