Michel de Montaigne (1533-1592), nos seus Ensaios, narra uma história curiosa, “instrutiva” e actual, ocorrida no reinado de Carlos IX.
Três canibais foram levados a Ruão onde o rei falou longamente com eles. Foi-lhes explicada a vida na Europa, a pompa da corte, os recursos faustosos das cidades, os conhecimentos adquiridos ao longo de séculos.
Depois, alguém quis saber o que mais os tinha impressionado ou fizera admirar na cultura europeia, ao que responderam três coisas, relembrando-se o nosso filósofo de apenas duas.
Disseram em primeiro lugar que estranhavam o facto de homens tão grandes, fortes e fortemente armados, que guardavam o rei, se sujeitassem a obedecer cegamente a uma criança sem que escolhessem um deles para os comandar.
Por outro lado, tinham observado que existiam homens muito ricos, cercados de todas as mordomias e comodidades, enquanto a maior parte, mendigava às suas portas, andrajosos, mirrados de fome e na maior das misérias. Muito estranhavam que estes pobres desvalidos pudessem sofrer de tal injustiça, sem que os matassem e incendiassem as suas casas.
Justiça de “canibal” ou justiça “natural”?
Cobardia ou mansidão das “civilizações”?
Parece-nos que a REVOLUÇÃO DOS CANIBAIS começou a dar os seus primeiros passos. O tempo dir-nos-á, se vai ou não aprender a andar.
JOSÉ MARIA ALVES
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O filósofo Carnap fez publicar “A Construção Lógica do Mundo”, obra na qual reconhecia implicitamente a dependência do pensamento de Wittgenstein. Este, acusou-o de plágio, e com a ironia que lhe era peculiar, disse:
- Não me importo que um garoto me furte as maçãs, mas já me importo se disser que eu lhas dei.
JOSÉ MARIA ALVES
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Bertrand Russell foi um filósofo muito apreciado, com uma abertura de espírito espantosa, o que lhe permitia mudar de ideias com alguma facilidade.
Mas, a sua atitude céptica, relativamente a Deus, não sofreu grandes alterações no decurso da sua vida.
Numa conferência, um jovem do auditório perguntou:
- Se após a sua morte se encontrar com Deus, que lhe dirá?
Russell respondeu de imediato:
- Dir-lhe-ia muito simplesmente: «Senhor, porque razão te escondeste, porque deste tão poucos sinais da tua existência?»
JOSÉ MARIA ALVES
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Conta-se que Aristipo usufruía dos serviços de uma prostituta de nome Lais.
Um dia, fez-se acompanhar de um jovem, que envergonhado, se recusava a entrar.
Disse-lhe:
- Ouve jovem, não tens de ter vergonha de entrar nesta casa. Vergonha será não ser capaz de sair.
JOSÉ MARIA ALVES
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Kant nunca foi um homem rico, tendo apenas no fim da sua vida obtido rendimentos que lhe permitiram viver com algum desafogo.
Como nunca se casou, quando o interpelavam a tal respeito, respondia com alguma ironia:
- Quando era novo podia fruir dos prazeres do casamento, mas não tinha dinheiro suficiente para sustentar família. Agora, que a poderia sustentar, não estou em condições dos desfrutar. Por isso, nunca me casei e de nada me valerá fazê-lo agora.
JOSÉ MARIA ALVES
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No século XVIII, a instituição bancária já atingia na Suíça fama internacional. Os banqueiros eram tidos por profissionais excelentes, vocacionados para “fazer” dinheiro em todas as situações.
Voltaire, com a sua ironia, terá afirmado:
- Se virem um banqueiro suíço a atirar-se de uma janela, atirai-vos também. Estou certo de que com tal acto se ganhará bom dinheiro.
JOSÉ MARIA ALVES
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Numa discussão filosófica perguntaram a Aristóteles:
- O que é que os homens ganham quando mentem?
Respondeu:
- Que não acreditem neles quando falam verdade.
JOSÉ MARIA ALVES
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Conta-se que Diógenes após ter sido feito prisioneiro, foi leiloado como escravo.
Antes do leilão ser iniciado, perguntou-lhe o leiloeiro:
- O que é que tu sabes fazer?
Diógenes respondeu:
- Sei mandar. Procura alguém que queira comprar um amo.
JOSÉ MARIA ALVES
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Crates foi discípulo de Diógenes e foi alcunhado de Abre-portas, em virtude de ter o péssimo hábito de entrar nas residências sem bater ou sem se fazer anunciar, disparando máximas e breves pensamentos.
Por outro lado, não poupava as casas de prostituição, onde insultava sem dó nem piedade as prostitutas, que replicavam duramente.
Instado sobre este comportamento despropositado
e excêntrico, respondia:
- Deste modo, preparo-me para todo o tipo de discussões com os filósofos. Consigo de imediato, sem vacilar, responder aos seus insultos.
JOSÉ MARIA ALVES
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Alguém questionou o filósofo Diógenes quanto à natureza da morte, se seria um bem ou um mal.
Perante o seu silêncio, deram-lhe a entender que deveria ser um mal.
Diógenes respondeu:
- Como assim? Poderá haver mal quando não se sente nem se sofre?
JOSÉ MARIA ALVES
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Era célebre na Antiguidade a afirmação do filósofo Antístenes, discípulo de Sócrates, de que os aduladores são bem piores do que corvos.
- Os corvos comem cadáveres enquanto que os aduladores se banqueteiam com seres vivos.
JOSÉ MARIA ALVES
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Sócrates passeava-se constantemente por Atenas, dialogando com quem encontrasse no seu caminho.
Os mercados, tal como nos nossos dias, abarrotavam de bugiarias, o que o levava a comentar:
- Meu Deus, tanta coisa, tanta coisa de que não preciso!
JOSÉ MARIA ALVES
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