domingo, 18 de agosto de 2024

ANTÓNIO ALEIXO - O MAIOR POETA POPULAR PORTUGUÊS




António Aleixo nasceu em 18 de Fevereiro do ano de 1899, em Vila Real de Santo António. Filho de um tecelão, vai viver para Loulé, ainda criança. Aí aprende as primeiras letras e com apenas dez anos já se revela como improvisador, cantando as “janeiras”. 


Com apenas treze anos, inicia-se no ofício do pai. Primeiro soldado, depois polícia em Faro, casa em Loulé e emigra para França. Retorna a Portugal e vende cautelas. Até ao internamento em Coimbra, no Sanatório dos Covões, torna-se conhecido, dando à estampa no ano de 1943 o seu primeiro livro.

Até 1949 mantém-se no Sanatório, regressando em princípios de Outubro, definitivamente ao Algarve.

Morre tísico no dia 16 de Novembro de 1949.


António Aleixo é um poeta popular, sabe ler e escrever, mas não é propriamente um intelectual. E ainda bem que o não é, porque se o fosse, provavelmente nada saberia da vida e dos homens.

Cauteleiro e guardador de rebanhos, homem pobre e sofrido, poeta e filósofo que soube abrir o “Grande Livro da Vida”, é perspicaz, espontâneo, irónico, sarcástico... Poeta sofrido, sem conhecer o ódio, poeta do “sim” a uma existência madrasta, do “sim” à Morte, poeta da verdade que só os génios e os insubmissos exprimem com liberdade. 


A sua escola é a “Universidade do Quotidiano”, que apenas a alguns eleitos é permitido frequentar. 

O seu saber e engenho provoca uma improvisação espontânea, de lucidez instantânea.


Não sou homem dado a homenagens, e, se algum dia as merecesse – que não as mereço, nem merecerei – nunca as aceitaria. Mas, homenagear Aleixo, é homenagear o sofrimento, a dor, o génio e a desventura. É homenagear a sageza, virtude que se foi extinguindo neste mundo de miséria moral, de incompetentes, ladrões, aduladores e de “doutores analfabetos”.

Aleixo não é doutor, não é analfabeto, mas é um “Catedrático da Vida”, que não os papagaios engravatados que nos rodeiam e botam discurso e “faladura”, assemelhando-se à serradura quase imprestável que queimamos nos fogões nas noites de álgida invernia. 


Que no espelho do livro do poeta, “Este Livro Que Vos Deixo”, cada um se veja e reveja e, outrossim, a pútrida sociedade que amamenta.


Fizemos uma seleção de quadras do poeta que abarcam praticamente todos os aspectos da vida e que são uma resposta a tantas “aberrações” que vicejam neste mundo.


Esta seleção está disponível para download gratuito no nosso site. 


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Estejas lá onde estiveres, Bem Hajas, Irmão!



JMA