segunda-feira, 30 de novembro de 2009

POEMA AMERÍNDEO - O DEUS DO MILHO







- Eu, o Milho Florido, já nasci com fitas vermelhas.
- O nosso alimento matiza-se de cores diversas:
ergue-se além para mostrar os grãos
diante do deus que faz brilhar o dia.

- Na região das chuvas e das brumas
só as preciosas plantas da água podem crescer:
eu sou a criatura do deus,
eis-me: sou a sua criatura!

- Apenas entre as cores vive o teu coração:
cantas no átrio de musgo aquático,
fazes dançar os príncipes, tu, na terra
fincado.

Deus te criou, fez-te nascer como uma corola,
pintou-te como se pintam os cantos.
Os mtoltecas pintavam:
os livros pintados pintaram-se até à morte:
chegaste à perfeição, tu,
inteiro.

Poema mudado para português por Herberto Helder

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