quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

ANTÓNIO BOTTO - NO SILÊNCIO






No silêncio
Do meu desânimo triste,
Fui quebrando
As últimas ilusões...

Da vida não quero nada.

O que é que a gente constrói
Dando amor ou amizade?

Tranquiliza-te, sei bem:
Eras o único afecto
- Um frágil fio de cambraia
Envolvendo
A mais sólida ilusão –
Que se esvaiu como as outras...

Da vida não quero nada.

De tudo me hei-de esquecer...

E se aperto com dandismo
O nó da minha gravata,
É inda um defeito inútil
- Dos poucos que hei-de manter...


JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org

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