segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O ANIMAL SELVAGEM





Sou no mundo o animal selvagem
Oculto em floresta de silvas e espinheiros

A água dispersa no coração
Do banquete de monstros e orquídeas

O vinho que enche as taças efervescentes
Das noites pecaminosas de luar

Sou a alma negra do tumulto
A afagar a morte com tranças de vidoeiro

O que espera na estrada sem berma
A aparição da doce aragem de romã madura

Que sulca os mares perdidos de sangue
Sem destino ou rumo na nau fantasma

O que se alimenta vorazmente do tempo
E sente que gota a gota se derrama

No oceano da vida que finda
Quando o Sol se põe


JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org

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