segunda-feira, 11 de outubro de 2010

HOMEOPATIA E ISOPATIA








Hahnemann não foi um entusiasta da Isopatia. Costumava referir que as secreções patológicas diluídas e dinamizadas por intermédio da sucussão deixam de ter qualquer relação de identidade com o produto original, persistindo apenas a de analogia. Na sua perspectiva, isopático e aequale são enunciações desajustadas, que para terem um rigoroso sentido, apenas podem designar simillimum, dado que não são de modo absoluto um idem.
Em nota do § 56 da 6ª edição do Organon criticou com alguma veemência o método isopático em virtude de não considerar o paciente como um todo, conduzindo o médico a um raciocínio demasiadamente simplista, estimulador da paliação em detrimento da cura operada pelo semelhante.

A Homeopatia fundamenta-se na cura do semelhante pelo semelhante – de homoios, semelhante –, enquanto que na Isopatia, igual cura igual – de iso, igual –.
Imaginemos um indivíduo que apresenta sintomas característicos de Arsenicum Album, patentes na Matéria Médica, nomeadamente alternância de excitação e depressão, prostração e esgotamento, agitação com medo da morte, de fantasmas, dores gástricas queimantes como se carvões acesos estejam a arder no estômago, e crises asmáticas da meia-noite às três horas da manhã. Atenta a similitude de sintomas poderá ser-lhe receitado o dito remédio. Estamos perante uma análise puramente homeopática. Suponhamos agora, que um outro paciente tem vindo a ingerir doses elevadas mas não letais de Arsenicum que lhe provocam distúrbios vários. Para que opere uma desintoxicação profunda vamos também ministrar-lhe o mesmo medicamento, sem que nos debrucemos sobre as características fundamentais do paciente. Aqui relacionamos o medicamento com a causa dos padecimentos, agindo na perspectiva da Isopatia.

Constantine Hering (1800-1880) foi um homeopata de prestígio, considerado o pai da homeopatia americana. É interessante referir, que a sua conversão à homeopatia ocorreu após ter sido incumbido de escrever um ensaio em que demonstrasse a sua real ineficiência.
Experimentou de modo acidental o remédio Lachesis, quando no seu laboratório procedia à trituração do veneno da cobra Lachesis Mutus. Intentava desvendar um sucedâneo mais eficaz à inoculação da vacina que Edward Jenner (1749-1823), descobridor da vacinação, havia investigado na Grã-Bretanha, já que esta se lhe afigurava demasiadamente perigosa.
O seu interesse pelo mencionado veneno e as experiências que realizou, conduziram-no à ideia de que entre outros, as crostas da varíola pulverizadas, a saliva de um cão raivoso ou qualquer produto ou agente de doença – verbi gratia, vírus, veneno –, quando preparados em conformidade com o método da farmacopeia homeopática – método que reputava praticamente infalível –, levariam à cura do enfermo.

Hering, mais do que um dos primeiros homeopatas a integrar o movimento isopático, deve ser encarado de pleno direito, o seu pai científico.

Este homeopata enunciou três leis – conhecidas por Leis de Hering –, cuja aplicação se estende à Isopatia, e que devemos ter sempre presentes:
1ª - O processo de cura progride de dentro – psiquismo, órgãos vitais – para fora – partes externas, tal como a pele –, das partes internas para as externas: uma úlcera do estômago que desaparece surgindo um eczema numa perna.
2ª - Os sintomas desaparecem na ordem inversa do seu aparecimento cronológico: desaparece uma úlcera surgida em 1998, depois uma arritmia com início em 1997, e finalmente dores erráticas que se manifestaram em 1992.
3ª - A cura progride do alto para o baixo, das partes superiores para as inferiores: eczema facial que desaparece surgindo numa perna.

Não olvidemos, que antes de Hering, muitos práticos utilizavam a Isopatia, podendo aqui ser referido Robert Fludd, que no século XVII empregou um manipulado de expectoração de tísico para tratamento da tuberculose. Paracelso, por sua vez, terá afirmado “que o que causa a icterícia cura a icterícia”.

Wilhelm Lux (1777-1839), veterinário alemão, apreciador da homeopatia com a qual entrou em contacto por volta de 1820, preparou em 1831 medicamentos que tinham por base o germe causador da enfermidade. Numa epidemia de mormo, prescreveu a secreção nasal de um dos animais doentes, na 30ª CH, tendo obtido curas surpreendentes. No ano de 1833 publicou “A Isopatia dos contágios – em que todas as doenças contagiosas trazem em seus próprios produtos de contágio o meio de cura”.
Nomeou de Isopatia a terapia que trata a moléstia pela causa que a produz.

Ernest Stapf (1788-1860), foi seguidor directo de Samuel Hahnemann tendo utilizado segundo as regras da farmácia homeopática, as secreções e excreções patológicas dos enfermos, que depois de convenientemente preparadas, lhes eram ministradas. Com este homeopata, expande-se substancialmente a auto-isopatia. O seu método estruturou-se na administração aos enfermos das suas próprias secreções e excreções, diluídas e dinamizadas, secreções e excreções que pressupunha conterem a causa das patologias que os assacavam (auto-isopáticos).

Posteriormente, Dennys Collet, em missão na Mesopotâmia (1873), empregou como recurso, face à escassez de medicamentos, a isopatia em milhares de pacientes, tendo alcançado resultados extraordinários que narrou na obra: “Isopatia. Método Pasteur por Via Interna”.

Leon Vannier, foi também um devotado defensor da Isopatia, que passou a denominar pelo vocábulo Isoterapia.


Veja-se em http://www.homeoesp.org
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2 comentários:

  1. Caro Dr.

    tenho experimentado a isopatia com resultados muito bons a nível da dor ciática e outros sintomas que tenho mas agora preciso de um conselho seu de como fazer um nosodo das minhas secreções nasais pois tenho um corrimento nasal que não passa nem por nada... tenho dúvidas em relação ao procedimento, quantidades etc.

    Abraços e muita LUZ

    Túlio Militão

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  2. Boa noite Amigo

    Vá a www.homeoesp.org (que é o meu site pessoal) » MENU » LIVROS ONLINE » A CURA PELA ISOPATIA
    Neste livrinho irá encontrar todas as indicações que necessita.

    Um abraço e as melhoras.

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