segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A FOME DO CAVADOR




Os homens caminhavam pesadamente para os campos descarnados Do nascer ao pôr-do-sol erguiam pesadas enxadas sulcando a terra mãe impiedosamente
Chegada a noite adormeciam aconchegados por um caldo quente
Tudo conformado ao poder e força dos braços tisnados Até a miserável refeição
Na televisão ainda a preto e branco intrigas e ardis políticos Mentiras e jogos de poder Justificação deplorável da fome do cavador
E eles não querem saber Dói-lhes o corpo
Apenas adormecer Com a fome de hoje
Amanhã se verá
O que tiver de ser será


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