sexta-feira, 2 de setembro de 2011

MORRER NO MAR




As ondas crescem
O mar revolto
Faixa negra no horizonte

Ao leme ao leme
Gente
Não há braço que aguente

Riza a Grande
Recolhe a Giba
Iça o Estái

Estalam chicotes
Na espuma desfeita
A morte espreita

Força ao leme
Diabo
Proa ao vento
Prepara a Capa

Desabam cristas
A meio-navio
Há mar fora
Há mar dentro

Medo
Orações caladas
Balbuciadas
Ais ao vento Norte

Montanhas de água
A desabar no convés

Patrão veja
A escota ensarilhada
A Grande rasgada
O Estai de viés
Que Deus nos proteja
Já vejo a Morte
De azul vestida
De escuma ornada




Sem comentários:

Enviar um comentário