sexta-feira, 7 de outubro de 2011

NA BAÍA DE BENGUELA




Adormecera
Na calmaria
Das águas plácidas
Da baía de Benguela

Sonho rasgado de saudade
Do agora velho soldado
Das terras de África ausente

À sua frente
No areal
A sua negra
Dentes alvos
Peitos hirtos e redondos
Olhos rasgados
Sorria-lhe amorosa
Dolente
Languescente

Desperta envelhecido
Esfuma-se a nítida aparição
Na face uma lágrima mordente

Se soubesse que sonhava
Nunca teria acordado

E a negra ainda na praia presente


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