sábado, 19 de novembro de 2011

CIDADE PESTILENTA



Ao amanhecer
A rua estreita
Com o céu entaipado
A chorar o orvalho
Do rio vazante

Há uma janela que se abre
Um portão estridente
Uma lancheira transporta um obreiro
Fato de macaco azul pardo
Dolente e vazio

Uma varina
Um cabaz de peixe prateado
Tirado do frio da cave
E vendido nos subúrbios
Como agora pescado

Um jovem marceneiro
Noite mal dormida
No calor de vendedeira
Abre a porta da oficina
Contrariado e mal pago

E a cidade move-se
Pestilenta
Num grito atroz
A angústia cravado


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