sábado, 10 de dezembro de 2011

O CIGARRO



O cigarro

Esta companhia a que falta o orgasmo
Noite e solidão aquosa

Três bancos em linha
Deserto da sala expectante

O escuro passeia-se voluptuoso na negritude da escuridão plena
Uma mão na caneta um dedo na letra
A outra no sexo azedo

Má circulação nas ameias da mente
Tão doente
Ossos de linda graça

Um cigarro morre
Por não ter sido fumado
Lava de vulcão

Um cigarro morre sempre
Insatisfeito e ausente
Como um cão
Que se guarda
E não é usado
Para guardar a gente


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