segunda-feira, 1 de abril de 2013

QUANDO PARTES O DESTINO TORNA-SE INTOLERÁVEL





a fronte que sangra sobre o castigo do pecado esgota pérfidas lamúrias
obscurece a nuvem ardilosa que esculpida se desdobra em lento voo

no meio do grande oceano nasceu uma ilha
desenhada na memória das fantasias dementes de incríveis descobridores e dos seus imprecisos portulanos
que em busca da fama e de sinistra imortalidade
escavam nas faces engelhas doentias

a beleza só brilha depois do fogo-de-artifício ter purificado as formas
ou na separação que à noite enfloresce nas almas das rosas bravas

o vento em fúria atesta ao mundo odiento
que os loucos dias da infância não hão-de terminar jamais
enovelados no cordão matinal de orvalho

luz que me alumia durante o dia
carícia que adere à pele tempestuosa do escurecer

quando partes o destino torna-se detestável




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