sábado, 12 de outubro de 2013

DÁ-ME O TEU BRAÇO




dá-me teu braço meu amor
vamos os dois de braço dado
chorar nosso terrífico cuidado
estéril retalho de antiga dor

a festa continua
entram noites pelos dias
mal que sobeja
marfim polido por beijo
na flor indemne da suspeita

vibram as cristas das ondas
a luz meiga dos astros
mansas chispas de pássaros
inundam miríades de folhas
árvore da vida que medo não adorna

basta o amor que pulsa na eira
basta amar com o fervor da confiança
no divino cântico a esperança
na rosa cor de sangue uma campa
e a certeza de que tudo é mentira





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