sexta-feira, 11 de outubro de 2013

O TEU CORPO




teu corpo regozija-se no meu
em longas penetrações seguidas
noite a violar os vales de breu
com tuas coxas ainda húmidas

amante sem sono e fadiga num assim
libidinoso movimento de sublime anseio
algo que não se cria foi nascido em mim
no dia em que minha alma ao mundo veio

encontrar-te foi apenas a consumação
arrebatamento de águia em volteio
que ao aterrar de suas garras fez mão
e do bico adunco delícia do meio

quando te tenho com sofreguidão te amo
se partes fica-me o corpo na alma vazia
a latejar a sombria imagem de orgasmo
que não vem nem na noite nem no dia

morre a jornada com o sol-pôr da esperança
morre minha carne nesta terrível indiferença





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