O velho tanque –
Uma rã mergulha,
Barulho de água.
Bashô
Desfiz-me dessa coisa insignificante
A que chamam “Eu”
E tornei-me no mundo imenso.
Soseki
É anónimo o autor
Deste esplêndido poema
Sobre a Primavera.
Shiki
A tranquilidade
De andar sozinho,
De me divertir sozinho.
Shiki
Tão mirrada,
De tanto arroz e cevada,
A gata enamorada.
Bashô
À cotovia,
Que canta sem cessar,
O dia inteiro não basta.
Bashô
Flutuando,
Abandona-se ao vento
Uma borboleta.
Shiki
No perfume das flores de ameixa,
O Sol de súbito surge –
Caminho da montanha!
Bashô
A Lua da montanha
Gentilmente ilumina
O ladrão de flores.
Issa
O ano chega ao fim –
Capa de chuva nas costas
E sandálias nos pés.
Bashô
A solidão
Após matar uma aranha –
Noite fria.
Shiki
Mais fria que a neve,
Sobre os meus cabelos brancos,
A Lua de Inverno.
Josô
“Viajante”,
Poderia ser meu nome –
Primeira chuva de Inverno.
Bashô
Apenas estando aqui,
Estou aqui.
E a neve cai.
Issa
Doente de viagem,
Meus sonhos vagueiam
Pelo campo seco.
Bashô
O gelo é amargo
Para o rato que no esgoto
Alivia a sua sede.
Bashô
Jardim no Inverno –
Um gato sem dono,
Defecando.
Shiki
Anoitece no mar –
Os gritos dos patos selvagens,
Vagamente brancos.
Bashô
Soprando o vento do Oeste,
Juntam-se a Leste
As folhas caídas.
Buson
Cem anos de idade –
A paisagem das folhas
Caídas no jardim.
Bashô
Neste Outono,
Como estou ficando velho!
Pássaros nas nuvens.
Bashô
Por este caminho,
Ninguém mais passa –
Tarde de Outono.
Bashô
Lua cheia!
Por mais que caminhe,
O céu é de outro lugar.
Chiyo-jo
Num galho seco,
Um corvo pousado.
Tarde de Outono.
Bashô
Ao deixar o portão
Do templo zen,
Uma noite estrelada!
Shiki
Mar agitado –
Estende-se até à ilha de Sado
A via-láctea.
Bashô
No rabo do cavalo
Também há natureza búdica?
Vento de Outono.
Shiki
De espantalho
Para espantalho,
Voam os pardais.
Sazanami
No orvalho branco
Encontrarás o caminho
Da Terra Pura!
Issa
Uma rã mergulha,
Barulho de água.
Bashô
Desfiz-me dessa coisa insignificante
A que chamam “Eu”
E tornei-me no mundo imenso.
Soseki
É anónimo o autor
Deste esplêndido poema
Sobre a Primavera.
Shiki
A tranquilidade
De andar sozinho,
De me divertir sozinho.
Shiki
Tão mirrada,
De tanto arroz e cevada,
A gata enamorada.
Bashô
À cotovia,
Que canta sem cessar,
O dia inteiro não basta.
Bashô
Flutuando,
Abandona-se ao vento
Uma borboleta.
Shiki
No perfume das flores de ameixa,
O Sol de súbito surge –
Caminho da montanha!
Bashô
A Lua da montanha
Gentilmente ilumina
O ladrão de flores.
Issa
O ano chega ao fim –
Capa de chuva nas costas
E sandálias nos pés.
Bashô
A solidão
Após matar uma aranha –
Noite fria.
Shiki
Mais fria que a neve,
Sobre os meus cabelos brancos,
A Lua de Inverno.
Josô
“Viajante”,
Poderia ser meu nome –
Primeira chuva de Inverno.
Bashô
Apenas estando aqui,
Estou aqui.
E a neve cai.
Issa
Doente de viagem,
Meus sonhos vagueiam
Pelo campo seco.
Bashô
O gelo é amargo
Para o rato que no esgoto
Alivia a sua sede.
Bashô
Jardim no Inverno –
Um gato sem dono,
Defecando.
Shiki
Anoitece no mar –
Os gritos dos patos selvagens,
Vagamente brancos.
Bashô
Soprando o vento do Oeste,
Juntam-se a Leste
As folhas caídas.
Buson
Cem anos de idade –
A paisagem das folhas
Caídas no jardim.
Bashô
Neste Outono,
Como estou ficando velho!
Pássaros nas nuvens.
Bashô
Por este caminho,
Ninguém mais passa –
Tarde de Outono.
Bashô
Lua cheia!
Por mais que caminhe,
O céu é de outro lugar.
Chiyo-jo
Num galho seco,
Um corvo pousado.
Tarde de Outono.
Bashô
Ao deixar o portão
Do templo zen,
Uma noite estrelada!
Shiki
Mar agitado –
Estende-se até à ilha de Sado
A via-láctea.
Bashô
No rabo do cavalo
Também há natureza búdica?
Vento de Outono.
Shiki
De espantalho
Para espantalho,
Voam os pardais.
Sazanami
No orvalho branco
Encontrarás o caminho
Da Terra Pura!
Issa
Ver neste blog HAIKU - INTRODUÇÃO
JOSÉ MARIA ALVES
Sem comentários:
Enviar um comentário