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ARTE

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

ROSAMUNDO ENFEITADA DE VIDA





As janelas abriram-se hoje à alma do mundo
Lá fora uma roda de gente apenas sabe que existe quando algo lhe dói
Minha mãe amor de todas as mães das cotovias distantes
Acende as luzes do descampado
Iluminando o céu com seu sorriso virgem
Dança-se no terreiro o contentamento do espaço imenso
Da Fortuna de quem não tem pensamento

Já só sou o que apenas sou sem os brinquedos da inocência
Tudo o que me envolve é mistério
Segredo-de-gente-grande que não é segredo nenhum
Como corpos a palpitar desejos silentes

Da porta do Nada vem
Abraça-me no seu colo eterno e beija-me a face granítica
Volto a ser criança o garoto magro da trepadeira que roça o musgo do muro de pedra
A ter o que não tive ou que tive e esqueci na labareda dos dias frios
A ser o que na vida não projecta vereda enfeitiçada de azul
E o que destrói a máquina do tempo no Agora fosforescente da ingenuidade
Criança envelhecida pura e distante de negros espectros
Amante do amar de velas de luar acesas

E sou no meio da noite parturiente
A fria expiração do passado
A quente inspiração do presente
Rosamundo enfeitada de Vida



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