quarta-feira, 11 de julho de 2012

MONGE ERRANTE DE LEITO EM LEITO

Ben Long





Juntos descemos os degraus doirados
E nas negras pedras do fogo de seda
Das pontas carminadas da vigília extinta
Adormecemos exaustos

E agora
Tu
Nua
A uma almofada agarrada
Olhos negros
Cerrados
A aferrolhar a noite
Nos grilhões do dia azul

Eu
Suado
No velho soalho
De novo um desterrado
Olhar vago e distante
Com teu sexo exposto ao lado

E parto sem partir
O corpo no quarto a alma no horizonte
Monge errante de leito em leito
Peito rasgado e sanguinolento
Pulsátil como o vulcão de um monte
Do teu veneno sempre sedento

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