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ARTE

terça-feira, 17 de maio de 2022

PARADOXO DE FERMI E ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS





O Paradoxo de Fermi pode ser definido de uma forma simplista, como a aparente contradição entre as elevadas estimativas de probabilidade da existência de civilizações tecnologicamente desenvolvidas e a falta de comunicação com as mesmas.

Daí a pergunta do físico Enrico Fermi: “Onde estão todos?”.


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O mais provável é que a vida no Universo seja uma realidade que não nos é acessível, seja por via da dificuldade das viagens galácticas ou extragalácticas seja pelo curto período existencial da nossa espécie. 

Com a tecnologia disponível, quanto tempo necessitaríamos para explorar a nossa galáxia? 2, 5, 50 milhões de anos?

Estamos neste planeta há cerca de 300.000 anos e ninguém se acredita que poderemos por aqui continuar mais 100.000, quando se avizinha em décadas uma Sexta Extinção em Massa ou a denominada Extinção em Massa do Antropoceno


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O Universo tem cerca de 13,7 mil milhões de anos, mais de mil milhões de galáxias, cada uma com milhares de milhões de estrelas.

A Terra existirá há cerca de 4,5 mil milhões de anos, há um pouco mais de 9 mil milhões de anos após o Big Bang. Se reduzirmos a vida na Terra a um ano, o Homem apareceu no último minuto do dia 31 de Dezembro.

   

Podem existir um sem número de civilizações extraterrestres tecnologicamente avançadas, muito separadas, quer no espaço quer no tempo – já para não falar na possível existência de universos paralelos ou multiversos.

Civilizações que tenham a duração de 300.000 ou até de 1 milhão de anos, em princípio, não terão desenvolvido uma tecnologia que lhes permita contactar entre si.


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Apesar do cepticismo de muitos cientistas, podemos perguntar-nos: Seremos ÚNICOS neste Cosmos imenso? 

Drake concebeu uma fórmula para calcular a quantidade de civilizações tecnológicas, que podem existir actualmente na nossa galáxia. Pelos seus cálculos, que se estruturaram na possibilidade da galáxia ter 100.000 ou 300.000 mil milhões de estrelas; proporção de estrelas simples do tipo solar; percentagem destas estrelas que podem ter um sistema planetário; fracção de estrelas com planeta em posição adequada; percentagem de estrelas com um planeta habitável onde se desenvolveu vida; percentagem destes planetas em que se desenvolveu vida inteligente; percentagem dos que evoluíram para uma civilização tecnológica; duração média de uma civilização tecnológica; obteve dois resultados, um pessimista e outro optimista.

O primeiro aponta no sentido de existirem 13.950 estrelas com planeta e civilização tecnológica, com uma distância média de 1790 anos-luz, enquanto o segundo aponta para 192,5 milhões de planetas com civilizações tecnológicas a uma distância média de 75 anos-luz.


A nossa galáxia está repleta de planetas a que chamámos terrestres. São planetas com massas semelhantes às da Terra e que têm a sua existência fora do sistema solar, o que não significa que em todos possa existir vida.

Uma em cada seis estrelas tem um planeta como a Terra na sua órbita.

Os cálculos mais recentes estimam que podem existir dezenas de milhares de milhões de planetas na Via Láctea – Tyson indica 40.000 milhões, estimativa baseada nos catálogos actuais.

Estes planetas podem ter desenvolvido formas de vida primitivas, formas exóticas, desconhecidas. Civilizações com tecnologias inimagináveis ou com um grau de espiritualidade extraordinário. 

Um número superior às estimativas de Drake.

Não nos olvidemos, dos 100 mil milhões de outras galáxias visíveis, para além daquelas a que ainda não tivemos acesso e das que nunca iremos ter.

Galáxias com milhares, milhões ou milhares de milhões de formas de vida, mais ou menos complexa do que a existente no nosso planeta.

Intuamos a existência de todo o tipo de seres, de civilizações, de desenvolvimento material e espiritual, abandonando o tão usual antropocentrismo.


Milhares de sistemas planetários foram descobertos nas últimas décadas.

O primeiro exoplaneta descoberto foi o HD 114762b, um gigante gasoso maciço.

Depois deste foram vários os descobertos. Entre eles, o ROSS 128b, descoberto no ano de 2017, que está localizado na zona habitável de uma anã vermelha* a 11 anos-luz do Sistema Solar. A sua temperatura sofre oscilações entre -60º e 21º C. Terá condições para acolher vida? Os dados que possuímos são de todo insuficientes para que possamos dar uma resposta assertiva, mas parece-nos que não.

Entre os sistemas planetários que poderão reunir as condições necessárias à proliferação da vida existe um conhecido, que parece reunir alguns dos seus requisitos. Referimo-nos a TRAPPIST-1, sistema que alberga sete planetas rochosos, dos quais três se encontram na zona habitável da sua estrela.

- * ANÃ VERMELHA - As anãs vermelhas constituem o tipo de estrela mais comum na Via Láctea. Provavelmente 75% de todas as estrelas da nossa galáxia. 

Das trinta estrelas mais próximas do Sol, 20 serão anãs vermelhas, que passam totalmente despercebidas a olho nu por via da sua fraca luminosidade e massa. 

De notar, que têm enorme longevidade quando comparadas com outras estrelas ou com o próprio Sol.


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Para a sobrevivência da espécie numa eventual destruição massiva ou esgotamento de recursos no planeta, temos que analisar dois factores. Por um lado as viagens entre sistemas solares e por outro a escassez de recursos face ao aumento da população.

- As viagens estelares continuam e hão-de continuar durante muitos mais anos no domínio da ficção.

A estrela mais próxima do Sistema Solar, Próxima Centauri, é uma anã vermelha orbitada por um planeta, Próxima Centauri b, descoberto em 2016.

As viagens interplanetárias são uma ficção de esperança e desesperança. Uma nave espacial que viajasse a 10% da velocidade da luz só alcançaria a estrela mais próxima em 40 anos de viagem – uma velocidade de 10% da velocidade da luz é algo de vertiginoso para o desenvolvimento tecnológico actual. A luz percorre num ano a distância de 9,46 mil milhões de quilómetros.


Na minha perspectiva, antes de termos capacidade tecnológica para tais tipos de viagens, já terá começado – aliás, já começou – uma nova era de extinção da vida no nosso planeta, que irá abarcar, sem qualquer dúvida, a nossa espécie, que se apregoa “reinante”, mas é das mais frágeis e destrutivas. Devido à sua ganância, premente necessidade de consumir mais e mais, tem afectado – e afecta – de tal modo a Terra, que se tornou a causa de uma das mais terríveis extinções em massa de que temos conhecimento, extinguindo milhões de espécies, entre as quais a sua, que se encontra em “lista de espera”.


Quanto ao aumento exponencial da população e à carência de bens, Isaac Asimov, no ano de 1973, considerava que a raça humana não poderia crescer durante muito tempo ao ritmo a que se encontrava a crescer, prescindindo de quanto se faça quanto ao fornecimento de alimentos, água, minerais e energia. E afirmava para que constasse: “que não digo ‘não quererá’, ‘não se atreverá’ ou ‘não deverá’.” Digo clara e taxativamente “não pode.”

 

Há 100.000 anos a população mundial deveria rondar as dez mil pessoas; há 10.000 anos, cerca de 8 milhões; no ano 1000 d.C., entre 250 a 300 milhões; em 1900 um pouco menos de 2 mil milhões; em 1974, 4 mil milhões; em 1999, 6 mil milhões e actualmente acerca-se dos 8 mil milhões de seres humanos.

Calcula-se que em 2026 a população seja superior a 8 mil milhões e em 2050 a 9 mil milhões, mantendo um ligeiro aumento até ao ano de 2100.

E se os cálculos estiverem errados? 

Como deixará a população de crescer?  

Temos também de colocar a hipótese da Extinção em Massa do Antropoceno – que irá dizimando progressivamente a espécie. 


O planeta mais próximo a orbitar uma estrela que não o Sol encontra-se no sistema estelar Alpha Centauri e está a uma distância de 4 anos-luz da Terra, não nos parecendo que tenha qualquer forma de vida.


Para onde irão as gerações futuras? 

- Para lado algum. E com a Extinção em Massa a decorrer, encaminhar-se-ão para a morte.


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Sobre este tema, André Glikson, cientista da Terra e Paleoclima, escreveu um artigo actual, interessantíssimo, publicado no blogue de Sam Carana, Arctic News, O Paradoxo de Fermi e o Aquecimento Globalonde afirma  que o insucesso até à data em alcançar qualquer comunicação – v.g. a comunicação rádio – entre a Terra e as civilizações extraterrestres pode ser atribuído à sua inevitável autodestruição de curto prazo, consequência da disseminação completamente descontrolada de substâncias tóxicas, contaminação do ar, água e terra, e construção de armas mortais, incluindo a saturação da atmosfera com gases de efeito estufa e a produção de armas nucleares.


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Ao que parece e com o péssimo exemplo que podemos atestar, toda a vida inteligente, que possa apresentar similaridades com a terrestre, tende a autodestruir-se ou na melhor das hipóteses regressar a um estado não-tecnológico. 

Como já anotámos, habitamos este planeta há cerca de 300.000 anos e ninguém se acredita que poderemos por aqui continuar mais 100.000, quando se aproxima em décadas – esperamos que sejam algumas e não uma ou duas –, uma Sexta Extinção em Massa, ou a denominada Extinção em Massa do Antropoceno.


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José Maria Alves


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