No palácio real foi servido um faustoso banquete, sentando-se os convidados, segundo a tradição, em função da sua dignidade e classe social.
Enquanto aguardavam pelo rei, entrou um monge errante, vestido com uma velha túnica esfarrapada e um aspecto famélico, que os presentes julgaram ser um mendigo.
Este, sem sequer reparar nos olhares apreensivos dos convidados, sentou-se no lugar mais importante da mesa principal.
O primeiro-ministro, indignado, questionou-o:
“Porque é que te sentas aí? És porventura algum vizir?”
O eremita respondeu:
“Sou muito superior a um vizir.”
“És primeiro-ministro de algum reino?”
“Sou muito superior a qualquer primeiro-ministro.”
“És tu por acaso o rei?”
“Sou superior a todos os reis.”
Cada vez possuído de maior indignação, volveu o afrontado primeiro-ministro:
“Deves pensar que és Deus?”
“Sou muito superior a Deus.”
“Nada é superior a Deus”, vociferou o alto dignatário.
O monge, com um ténue e discreto sorriso, disse:
“Agora já sabes quem eu sou. Esse nada sou eu!”
JOSÉ MARIA ALVES
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