o regresso das aves nocturnas à mancha esverdeada do testemunho dos infiéis o sol cai no mundo dos homens entre placas de mármore carregadas de distantes e altaneiras montanhas
ela esperava-o naquela estação cinzenta e fria adornada a mendigos e ouriços solitários na vastidão do desejo o lótus encarnado e entumecido agitava-se no fumo branco de uma lágrima
ah as luzes naquele mar imenso da planície ribatejana sonho de um orgasmo com ramos crescentes
era impossível descrever a ânsia primaveril do coração submergido nas longas noites de incenso devastado o beijo do encontro já possuía a essência da peçonha de todas as partidas
árvores verdes brotavam das searas sumidas no êxtase oculto do biombo lacado
um ceptro adocicado modelou a escuridão de seu corpo incendiado
Sem comentários:
Enviar um comentário