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OS TRATAMENTOS SUGERIDOS NÃO DISPENSAM A INTERVENÇÃO DE TERAPEUTA OU MÉDICO ASSISTENTE.

ARTE

domingo, 26 de julho de 2009

O TRIPÉ DE HERING - HOMEOPATIA




Constantin Hering, eminente homeopata americano, legou-nos entre outras, a denominada “teoria do tripé” – The three legged stool –.

A repertorização foi desde sempre um procedimento que não primava pela simplicidade, e que desmotivou muitos estudantes e práticos homeopáticos, conduzindo-os a métodos simplificados de prescrição, como a utilização de Receituários e Guias, elaborados sistematicamente com recurso aos conceitos estruturantes da alopatia.
É evidente que o Unicismo pode não ser viável em determinadas zonas de intervenção, muito especialmente nas mais carenciadas e que apresentam características culturais específicas, quer pela deficiente formação dos terapeutas quer pela inadequação dos repertórios elaborados em função de valores distintos. Aí, justifica-se de pleno a utilização de tais Guias de Prescrição, atenta a impossibilidade de exercício da homeopatia hahnemanniana – a um mal maior, o menor –, e como compreenderemos melhor infra, o recurso à regra do tripé, em virtude da sua eficiência se restringir quase que integralmente ao domínio do agudo e do subagudo.

Hering teorizou que se encontrarmos no enfermo três sintomas característicos de um remédio, poderemos proceder à sua prescrição com êxito praticamente assegurado.
Se um banco tem apenas dois pés, não se mantém erecto. São necessários pelo menos três para que o apoio seja consistente e não caia desamparadamente. Do mesmo modo, quando em Homeopatia prescrevemos estribados num ou dois sintomas, estaremos em regra votados ao insucesso, o que não ocorre quando escolhemos três sintomas característicos.
São vários os autores e investigadores, que consideram a teoria de Hering absolutamente válida.
Para a sua real eficiência, o terapeuta não pode olvidar, quer uma boa valorização dos sintomas quer a sua hierarquização. É fundamental que recorra aos sintomas característicos – ver artigo relativo aos Sintomas – e não aos comuns.
Por outro lado, um Repertório completo e de confiança – v.g. Kent, Ariovaldo, Sihore –.
Por último, a prática diz-nos que nos casos crónicos os resultados são extremamente falíveis. Por este motivo, o estabelecimento da Síndrome Mínima de Valor Máximo, com apenas três sintomas é de evitar – devemos isolar um mínimo de quatro bons sintomas.


UM EXEMPLO PRÁTICO

O paciente A queixou-se de ter todos os anos, duas ou mais vezes, “ataques de sinusite”. Descreveu-os da seguinte forma:
“Começo por ter a sensação de que a cabeça está cheia, ouço a minha voz dentro dela e isso provoca-me um mal estar tremendo. Ao mesmo tempo, o ranho escorre-me do nariz, parecendo água. Não pára de correr.
Passados que estejam alguns dias, a sensação de cabeça cheia continua, o ranho também, mas passa a ter uma cor verde clara. Aparece-me então, uma expectoração também verde clara.”


Repertorizamos a primeira fase tal como narrada, utilizando o Repertório Digital de Ariovaldo Ribeiro Filho:

1 – NARIZ E OLFACTO – SECREÇÃO – AQUOSA
2 – NARIZ E OLFACTO – SECREÇÃO – COPIOSA
3 - NARIZ E OLFACTO – SECREÇÃO – COPIOSA – com enchimento(entupimento) da cabeça.

Os medicamentos que cobriram os três sintomas, ordenados por pontuação, foram:
kali-i (8); nit-ac (7); arum-t (6); nux-v (6); calc (5); acon (5); phos (5); agar (4); spig (4).


Repertorizamos a fase actual da enfermidade, com recurso ao mesmo Repertório:

1 – NARIZ E OLFACTO – SECREÇÃO – COPIOSA – com enchimento (entupimento) da cabeça.
2 – NARIZ E OLFACTO – SECREÇÃO – ESVERDEADA
3 – EXPECTORAÇÃO – ESVERDEADA
Os medicamentos que cobriram os três sintomas, ordenados por pontuação, foram:
Kali-i (9); phos (6); nit-ac (5); calc (5); nux-v (4).

Não tivemos dúvidas quanto ao medicamento a ministrar: Kalium Iodatum.

JOSÉ MARIA ALVES

http://www.homeoesp.org




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