Sobre uma pessoa comum que morreu no leito
Este o seu fim aqui ele jaz:
O pó na garganta, o verme em
seus olhos,
O mofo em sua boca, a terra sobre
os seus braços;
Este o seu fim, assim foi melhor.
Não mais ficará acordado no leito,
Olhos abertos, tão secos, até à aurora sombria.
Não mais sorrirá e sorrirá
Tendo o coração todo o tempo
partido.
Não mais estenderá debalde
as suas mãos
Tacteando e tacteando – não mais.
Não mais pedirá pão, ganhando uma pedra
ao invés,
Não mais fingirá que uma pedra é um pão.
Não mais oscilará e oscilará entre o falso
e o genuíno,
Pesando e medindo as longas horas
corridas.
Não mais mágoas e mágoas nos
abafados suspiros;
Este o seu fim; aqui ele jaz.
Tradução de Zulmira Ribeiro Tavares
Sem comentários:
Enviar um comentário