Viemos para morrer, amigo.
Fugazes que somos
mais que a nuvem ou o vento,
mais que a folha ou a sombra,
nada podemos dar que nos pertença
nem reter o voo transitório.
Viemos para morrer, amigo.
E o que nos angustia
é a sabermos implícita, no âmago de tudo.
Vê-la na face lívida dos pobres,
nos olhos dos que passam apressados,
sob o riso branco das crianças
ou mesmo, no mais alto do amor.
Viemos para morrer, amigo.
E se crês que te podes salvar
e se alguma coisa ainda te parece
válida ou sublime,
não me perguntes nada
que eu não saberia responder.
Viemos para morrer.
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