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ARTE

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

RÁMON DE CAMPOAMOR (1817-1901) - AS ESTRELAS ERRANTES





Quando criança, vendo uma estrela errante,
supus ingenuamente
ser algum anjo que descia amante
a beijar-me e abraçar-me, sorridente.

Jovem já, vi outra estrela que corria;
disse, em minha loucura:
«Minha estrela do Norte, que me guia
ao prazer, ao amor e à ventura.»

Vi ontem voar um astro quase extinto,
que até ao chão desceu:
Era a estrela de meu feliz destino
Que, de tão velha, ia a cair do céu.

Tradução de José Bento

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