Com as mãos e os olhos escavas esta terra
Em busca do berço, do ícone de São Jorge,
Choras junto à cova coberta de fuligem,
Queres o bordado que a fumaça soterra
- lar enlutado -
Tu, galho quebrado, pobre entre as mulheres,
mãe ortodoxa.
Com os pés cansados, hirtos, que não se aguentam,
Saíste à procura da tua vaca leiteira,
Nutriz das crianças e velhos. Mas sem eira
nem beira lobos ou selva negra retinta
- pés doloridos -
Escondem. Não sofre, ninguém quer queijo ou leite,
mãe ortodoxa.
Choraste o destino de teu fiel companheiro,
Surrado como um cão, alvejado nas costas,
Torturado ou então atirado em masmorras.
Coração ardente, firme, duro e altaneiro
- viajar amigo –
Voltou mutilado, morreu em teu regaço,
mãe ortodoxa.
Junto às cinzas de tua casa jazem os filhos,
Garganta cortada, chamam pela mãe, choram
Junto de seus avós e na vala estertoram
Com medo da cova húmida. E teus lábios
- cova maldita –
O silêncio cerra com trevas e humidade,
mãe ortodoxa.
Tradução de Aleksandar Jovanovic
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