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OS TRATAMENTOS SUGERIDOS NÃO DISPENSAM A INTERVENÇÃO DE TERAPEUTA OU MÉDICO ASSISTENTE.

ARTE

sábado, 30 de abril de 2011

"A LUTA É ALEGRIA"



A luta não é alegria. A luta nasce do sofrimento, não devendo por respeito aos que sofrem ser parodiada.
Apenas quando os seus objectivos são atingidos, se poderá dizer que a luta é a única alegria dos desvalidos.




sexta-feira, 29 de abril de 2011

LEIBNIZ - O ADVOGADO DE DEUS





Leibniz foi um filósofo controverso, que procurou abranger na sua vasta obra todas as ciências do seu século. Para uns, um filósofo e matemático excelente, para outros, um alquimista, um esotérico, complexo e de difícil compreensão. Mas, um filósofo, cuja demanda fundamental se prende com a existência de Deus. Um filósofo apaixonado pelo seu Deus filosófico.
Nos Ensaios de Teodiceia, debate a antiquíssima questão – veja-se, nomeadamente, o Livro de Job – da relação do mal com Deus.
Se Deus é o que de mais perfeito existe, se é bondade, omnisciência e omnipotência, porque permite tanto sofrimento físico e psicológico, crueldades, injustiças?



Os Ensaios tiveram irónica réplica de Voltaire, na obra Candide, que representou Leibniz na pessoa do Dr. Pangloss, que perante todas as calamidades e crueldades do mundo, refere com constância que tudo ocorre para o melhor no melhor dos mundos. Também no extenso poema que escreveu sobre o terramoto de Lisboa de 1755, volta a atacar frontalmente o optimismo de Leibniz.



Ao que parece, Leibniz julga que Deus escolheu o mais perfeito dos mundos possíveis, mundo esse, que não sendo perfeito é o que mais se aproxima da perfeição.
Desta opinião não comunga Aristóteles, quando afirma que seria melhor não termos nascido, mas que se tal ocorreu, o melhor será morrer quanto antes.



Esta é uma questão que não nos abandona, principalmente em épocas de crise. Na noite escura dos dias, é a interrogação que nos domina ao adormecer, muito em especial quando confrontados com todo o sofrimento que emana deste planeta, fruto da natureza ou das mãos do homem, em regra, criatura vil e mesquinha, carrasca do seu semelhante. E mais nos assoberba, na aproximação de nova catástrofe.



Será que de um Ser absolutamente perfeito poderá nascer algo tão imperfeito como o mundo em que vivemos? Será que um Ser omnipotente permitirá a execução de tantas e tamanhas atrocidades cometidas contra os desvalidos? Será que um Ser omnisciente não conseguiu prever o sofrimento que a sua criação iria causar? Seria esse Ser impotente para conjecturar e dar à luz, um mundo quase perfeito e não o inferno que gerou para a maioria da humanidade?



Leibniz, é mais do que um optimista, é um excelente advogado de Deus. Pena é, que não me conforte e permita adormecer na sua “fé filosófica”.




terça-feira, 26 de abril de 2011

O SEGREDO DO MUNDO



Um filósofo oriental, perguntou a um mestre consagrado:
- Qual é o segredo do mundo?
O mestre respondeu:
- Se te disser deixa de ser segredo.





A DEMONSTRAÇÃO DO MUNDO EXTERIOR



Samuel Johnson, no século XVIII, deu um pontapé numa pedra, dizendo que assim demonstrava a existência do mundo exterior.
No século XX, Georges Edward Moore, filósofo realista, afirmava que para demonstrar a existência do mundo bastava estender as mãos para fora.




ADIVINHAÇÃO E ESTUPIDEZ



Os filósofos estóicos usavam e abusavam da adivinhação, fundamentando a sua validade no facto de todos os povos do mundo a usarem, o que determinaria a sua eficiência.
Cícero, comentou:
“Nada existe entre os homens, de modo tão generalizado, como a estupidez. Vamos assim afirmar que os estúpidos estão certos?!”




VONTADE DE ANDAR A QUATRO PATAS



Rousseau defendia que tudo o que é resultado da criação é bom, tendo degenerado nas mãos dos homens.
Voltaire, ironizou:
- Tenho vontade de andar a quatro patas.


ALMA CATÓLICA E ESTÔMAGO LUTERANO



Erasmo de Roterdão, numa sexta-feira da Quaresma, comia um apetitoso prato de carne. Alguém tentou demonstrar-lhe o pecado que cometia.
Erasmo, respondeu:
- A minha alma é católica, mas o meu estômago, esse é luterano.




O BURRO DE BURIDAN



Esta é uma das histórias mais conhecidas da história da filosofia, cuja autoria se atribui a Jean Buridan, que viveu no século XIV.
Um burro cheio de fome foi colocado a igual distância de dois fardos de palha semelhantes. Indeciso, olhou para um, olhou para o outro, voltou a olhar para o primeiro e assim sucessivamente. Era atraído pelos dois de igual forma, não sabendo qual escolher. Como não se decidia, acabou por morrer de fome.




SÓCRATES – CIDADÃO DO MUNDO



Perguntaram a Sócrates donde era. Em vez de ter respondido ser de Atenas, na Grécia, respondeu:
- Do mundo!






A FORÇA DO COSTUME



Para demonstrar a força do costume, Montaigne contava a seguinte história:
“Uma mulher do campo, aprendeu a mimar e a transportar ao colo um vitelo, desde o seu nascimento. Tendo-o feito sempre, acostumou-se a carregá-lo, mesmo quando já boi era.”







O LEÃO COSIDO COM PELE DE RAPOSA



Alguns homens tentam dominar os seus semelhantes, vestindo a pele de leão.
Mas, nem sempre conseguem atingir os seus objectivos.
Neste caso, Montaigne, aconselha-os a coserem na pele de leão um pedaço da pele de raposa.




A NAVALHA DE OCCAM



Occam foi um filósofo do século XV, que enunciou um princípio que veio a ser denominado por Navalha de Occam e que influenciou praticamente todos os filósofos empiristas.
Segundo esta metodologia, os filósofos não devem multiplicar desnecessariamente os entes, expurgando deste modo a filosofia de conceitos que não podem ser avaliados em função da experiência.
Alguns pensadores levaram tão a sério o princípio, que se diz terem acabado por cortar o próprio nariz.




A TENTAÇÃO DE XENÓCRATES




Os discípulos de Xenócrates, querendo-o testar a respeito da sua virtude e continência, colocaram-lhe na cama a bela e célebre prostituta, Lais.
Xenócrates resistiu até onde lhe foi possível, mas sentindo a revolta do corpo, deu ordens para que lhe queimassem os membros que se aprestavam a obedecer à “rebelião”.





A PONTUALIDADE DE KANT



Kant foi um homem extraordinariamente metódico. Tomava as refeições, deitava-se e levantava-se sempre à mesma hora. E, era pontualmente, às 5 horas da tarde que dava o seu passeio a pé. Tão pontual, que se dizia em tom de brincadeira, que os habitantes da sua cidade acertavam os seus relógios nessa altura.




ZENÃO DE CÍTIO E O DESAPEGO



Zenão de Cítio, foi o fundador do estoicismo, doutrina que defendia o desapego dos bens materiais.
Os seus discípulos alimentavam-se apenas na medida do necessário.
Alguém terá comentado:
- Esta é uma filosofia deveras estranha. Tantos homens reunidos à volta de um mestre que os ensina a alimentar de modo frugal e a passar fome. Eu para morrer de fome sou autodidacta.




XENÓCRATES – A VIRTUDE PRÁTICA



Xenócrates, discípulo de Platão, dissertava na Academia quando Eudâmidas, rei de Esparta a visitou e perguntou quem era o ancião que tantos ouvintes reunia em seu redor.
Um dos membros da Academia de Atenas, respondeu:
- É um sábio filósofo, que tem dedicado a sua vida na busca da virtude.
O rei comentou:
- Tão velho e ainda a busca? Quando a encontrar, certamente que não terá tempo para a pôr em prática.





ARISTÓTELES – A CALÚNIA




Aristóteles, tal como os outros grandes filósofos da Grécia antiga, era muitas vezes alvo de calúnias, em regra, proferidas por inveja.
Alguém comentou o facto, dizendo-lhe que eram muitos aqueles que o caluniavam.
Aristóteles respondeu:
- Desde que eu não esteja lá, pouco me importa que me açoitem.





NIETZSCHE VERSUS DARWIN




Nietzsche, tal como Schopenhauer, era um tanto misantropo e nutria uma grande estima pelos animais, o que contrastava com o desprezo a que votava a maioria dos homens.
Isso, tê-lo-á levado a escrever: “Os macacos são demasiadamente bons para que o homem possa descender deles:”





PLOTINO – A IMAGEM DA IMAGEM



Plotino foi um filósofo místico.
Um dos seus discípulos sugeriu-lhe a ideia de permitir que um pintor o retractasse.
Plotino respondeu:
- A minha imagem já é demasiadamente penosa para mim. Não o será ainda mais, a imagem dessa imagem?





A RAZÃO DA FORÇA


Favorino de Arelate, filósofo céptico da Nova Academia, costumava ter discussões de carácter filosófico com o Imperador Adriano.
Acabava sempre por lhe dar razão, facto que lhe foi duramente criticado por um outro filósofo da mesma Academia.
Replicou:
- Não será de elementar prudência, não dar razão a quem tem trinta legiões para a defender.




A MISANTROPIA DE SCHOPENHAUER



Schopenhauer tinha um carácter discutidor. Pode dizer-se que foi à sua maneira, um estranho misantropo.
No entanto, tinha um cão chamado Butz com quem conversava amiúde e com quem se entendia muito bem, à excepção de esporádicos episódios em que se irritava com ele.
Nesses momentos, injuriava-o com o nome de Humano.

Também eu, quando me zangava – o que muito raramente acontecia – com o João Pestinha, meu amigo de quatro patas, lhe chamava Gajo.




KIERKEGAARD E O FIM DO MUNDO



Segundo o filósofo existencialista Kierkegaard, o mundo irá acabar com os estúpidos humanos a pensar que se trata de uma graça, tal como a história do aviso continuado de um palhaço, da existência de fogo nos bastidores de um teatro, o que a cada uma das suas intervenções apenas fazia rir os espectadores.




HOMENS E NÃO DESPERDÍCIOS



Diógenes, clamava no meio da praça:
- Homens, Homens.
Alguns aproximaram-se e Diógenes fez menção de os agredir com o seu bordão, dizendo:
- Eu chamei por homens, não chamei “desperdícios”.




SCHOPENHAUER E A MONOGAMIA


Schopenhauer não era particularmente um adepto da monogamia.
Na sua perspectiva, o homem tem muito de uma vez e muito pouco a longo prazo, contrariamente ao que acontece com a mulher. Por tal motivo, os homens frequentam as putas durante metade das suas vidas e são cornudos na outra metade.





ALEXANDRE MAGNO E DIÓGENES



Alexandre, tendo ouvido falar de Diógenes, quis conhecê-lo.
Quando o encontrou, disse-lhe:
- Eu sou Alexandre, o grande rei.
Diógenes, respondeu sem se intimidar:
- Eu sou Diógenes, o grande cão.
Alexandre, intrigado, perguntou-lhe o que queria dizer com tão estranha afirmação.
Diógenes, explicou-se:
- Adulo os que me dão presentes e provimento à minha subsistência, ladro aos que nada me dão e mordo aos que têm a alma contaminada pelo mal.
Alexandre, um tanto desnorteado e impressionado com a resposta, prestou-se a oferecer a Diógenes o que ele lhe pedisse.
Diógenes pediu a Alexandre:
- Apenas quero que saias da minha frente, pois estás a privar-me do sol.




HIPÓCRATES E A PERDA DA VIRGINDADE



Hipócrates visitou Demócrito de Abdera, filósofo conhecido por ser um observador implacável, acompanhado por uma bela jovem.
Demócrito saudou-a, dizendo:
- Bom dia, menina.
No dia seguinte, encontrou-a tendo-a cumprimentado:
- Bom dia, minha senhora.




ZENÃO E O MOVIMENTO



Zenão de Eleia, que foi discípulo de Parménides, autor de célebres aporias, defendia certo dia a tese do seu mestre relativa à imobilidade do ser. Viu-se então confrontado com a atitude de Diógenes, que não parava de andar de um lado para o outro, incomodando a organização do seu discurso.
Disse-lhe:
- Importas-te de ficar quieto?
Diógenes respondeu:
- Bem, afinal decides-te ou não? Não és tu mesmo que negas o movimento?





HERACLITO – O OBSCURO



Heraclito foi reconhecido como um filósofo muito difícil de entender, uma espécie de Hegel grego. Daí ter sido apelidado de O Obscuro.
Dele, apenas nos chegaram alguns fragmentos dos seus Aforismos.
Sócrates, que terá lido o seu livro, afirmou que as passagens que julgava ter entendido lhe pareceram muito profundas e que as que não entendera, mais profundas ainda deveriam ser e apenas estariam ao alcance da compreensão de nadadores de grandes profundidades.



DEIXAR DE OUVIR



Um filósofo menor falava sem parar com Aristóteles e não deixava de o ir provocando com algumas críticas.
Aristóteles nada dizia.
Estranhando esta atitude, interpelou-o:
- As minhas palavras não são para ti um incómodo?
Aristóteles respondeu:
- Não, meu amigo. Há muito tempo que deixei de te ouvir.




SENTENÇA PROFERIDA POR UM CONDENADO



Diógenes foi condenado ao exílio por falsificar moeda.
Impassível, disse:
- Condenam-me ao exílio, mas eu condeno-vos a ficarem na vossa pátria.




DISCÍPULOS SÃO COMO UM “GRÃO NO RABO”




Antístenes nunca quis discípulos. Chegava a afastar os candidatos à paulada.
Perguntaram-lhe porque razão o fazia.
Respondeu:
- Porque uso os mesmos remédios usados pelos médicos para curar os seus pacientes.










DE BURROS A CAVALOS



Antístenes dirigiu-se certo dia à Assembleia da cidade, solicitando que os burros fossem nomeados de forma legal, cavalos.
Estupefacta, a Assembleia questionou-o acerca de tão estranha petição, ao que respondeu:
- Não é nesta Assembleia que os mais brutos e broncos são nomeados generais?





PEDIR ESMOLA A UMA ESTÁTUA




Diógenes pedia esmola a uma estátua, quando alguém lhe perguntou a razão pelo qual a fazia.
Respondeu:
- Assim, habituo-me aos que ficam como estátuas quando lhes peço auxílio.





O BANHO DE DIÓGENES



Diógenes preparava-se para tomar banho, quando notou que a água da banheira estava muito suja.
Perguntou ao proprietário:
- Diz-me, onde é que se lavam depois, os que aqui se banham?




A MORTE NÃO TEM A MESMA IMPORTÂNCIA PARA TODOS


Aristipo fazia uma viagem por mar, quando se levantou uma tempestade medonha. Começou a tremer e o medo estava estampado no seu rosto.
Um passageiro, notando-o, disse-lhe:
- Afinal, vocês os filósofos, não tiram grande proveito da sabedoria. Eu que praticamente nem ler sei, estou muito mais calmo do que tu, que estás a morrer de medo.
Aristipo respondeu:
- Se morrermos, perde-se muito mais no meu caso do que no teu.


A QUEM DAR ESMOLA?



Diógenes viu-se confrontado com a questão relativa ao facto de praticamente toda a gente dar esmola aos mendigos e não aos filósofos.
Dissertou:
- A maioria das pessoas consegue imaginar-se na pessoa de um pobre, mas não de um filósofo.




ARISTIPO - DOIS BURROS EM CASA



Um rico pediu a Aristipo que se tornasse professor de um dos seus filhos. Aristipo pediu-lhe uma quantia elevada, o que o fez afirmar:
- Por tal quantia consigo comprar um bom jumento.


Aristipo não perdeu a oportunidade:
- Assim é. E ficas com dois burros em casa.



segunda-feira, 18 de abril de 2011

NÃO É POSSÍVEL QUE ALGUÉM SE BANHE DUAS VEZES NAS ÁGUAS DO MESMO RIO...


A Heraclito se deve a frase: “Não é possível que alguém se banhe duas vezes nas águas do mesmo rio.”

Ángel González ironizou: “Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio. Excepto os mais pobres:”


SÓCRATES E A IMPASSIBILIDADE



Conta Cícero, que um viajante com a alegada capacidade para ler o carácter e a personalidade nos rostos, encontrou Sócrates em Atenas, e disse-lhe: - És um monstro. Na tua alma escondem-se todos os vícios, todas as degradações e desejos maléficos.

Sócrates, na sua habitual impassibilidade, respondeu-lhe: - Como me conheces bem!


A DESTRUIÇÃO DE TEBAS



O filósofo Crates era originário da cidade de Tebas, que fora destruída pela força militar de Alexandre Magno. Este, tendo conhecido Crates, instou-o sobre o seu eventual anseio de ver reconstruída a sua cidade natal.

Crates respondeu: - Para que é que a vais reconstruir? Provavelmente outro Alexandre virá para a arrasar de novo.



VOLTAIRE – A DEMOCRACIA E A MONARQUIA



Voltaire não tinha boas relações com a democracia, em virtude de considerar o povo cruel e estúpido.

Mas, também a monarquia, não foi alheia às suas sátiras: “Em certa ocasião foi necessário escolher o rei entre as árvores. A oliveira não quis abandonar o cuidado do seu azeite, nem a figueira dos seus figos, nem a vinha o das suas uvas; o cardo, que não servia para nada, converteu-se em rei, porque tinha espinhos e podia fazer mal.”


O FUNERAL DE DIÓGENES


Diógenes não tinha família e também não tinha servos.

Perguntaram-lhe: - Quando morreres, quem é que se incumbirá do teu funeral?

Respondeu: - O que quiser ficar com a minha casa, será esse, certamente quem se ocupará de tal tarefa.


O HOMEM MAIS SÁBIO DO MUNDO


Querofonte, amigo de Sócrates, dirigiu-se ao oráculo de Delfos, perguntando quem era o homem mais sábio. A pitonisa respondeu que era Sócrates.

Este, depois de saber o conteúdo do oráculo, explicou-se dizendo que a sua sabedoria derivava do próprio reconhecimento da sua ignorância, ou seja, de que nada sabia, contrariamente aos que se arrogavam o conhecimento do que na realidade não conheciam.


DIÓGENES – ANDAR NA DIRECÇÃO CONTRÁRIA DOS OUTROS



O teatro tinha acabado. Os espectadores estavam a sair e depararam-se com Diógenes a entrar.

Perguntaram-lhe: - Porque entras quando todos nós saímos e o espectáculo terminou?

- Para que assim possais entender tudo o que fiz durante a minha vida – respondeu.


A IRONIA DE VOLTAIRE



Voltaire encontrou-se certa vez com o filósofo escocês James Boswell. Quando se encontravam era costume dirigirem-se um ao outro em inglês, língua que Voltaire dominava com perfeição. No entanto, a conversa começou em francês.

Boswell perguntou a Voltaire: - Já não fala em inglês?

Voltaire respondeu: - Não meu amigo. Para falar inglês temos de colocar a língua entre os dentes e por azar já perdi os meus.


CONDENADO POR SI MESMO



Havia em Atenas um homem maldoso e pouco considerado, que gravou na porta da sua casa a seguinte frase: “Que nada de mal aqui entre”.

Diógenes, que à sua porta passou, questionou-se em voz alta: - Assim sendo, onde dormirá agora o dono da casa?


QUANDO DISPARAS CONTRA UM REI TENS DE O MATAR


Oliver Wendell Holmes, escreveu um livro, apontando críticas à filosofia de Platão.

Deu-o a ler ao seu professor Ralph Waldo Emerson, que comentou: - Quando disparas contra um rei, tens de o matar.


QUAL A MELHOR PERGUNTA E A MELHOR RESPOSTA



Epiménides, filósofo e poeta cretense, terá viajado até à Índia onde conheceu Buda, a quem questionou: - Diz-me, homem santo, qual a melhor das perguntas que se pode fazer e qual a melhor das respostas que se pode dar?

Buda, de imediato, respondeu: - A melhor pergunta é a que tu acabas de fazer e a melhor resposta é a que eu te estou a dar.


QUAL A MELHOR MULHER COM QUEM CASAR?



A Bíon de Borístenes, pediram-lhe conselho sobre o tipo de mulher a escolher.

Bíon, respondeu: - Bom, meu amigo, se te casares com uma mulher bela e atraente, terás de a dividir com outros homens. Se for feia, terás de suportar a sua feiura durante toda a tua vida.


O ÚNICO LUGAR SEGURO



Um jovem arqueiro treinava com um alvo a média distância. No entanto, nenhuma das flechas o atingia.

Diógenes, observou-o demoradamente. Em determinado momento foi sentar-se mesmo em frente do dito alvo, o que lhe mereceu um reparo do arqueiro: - Não te aconselho a que fiques aí, já que posso ferir-te.


Respondeu: - Julgo que não, moço. Da forma como atiras este é o único lugar que tenho por seguro.


SANTO AGOSTINHO – CASTIDADE E CONTINÊNCIA


Santo Agostinho recitava em jovem esta breve oração: “Senhor, dai-me a castidade e a continência, mas não já.”

Eu que me aproximo da velhice, tenho algumas vezes pedido ao Senhor: - Dai-me a castidade quando a idade e o vigor não me permitirem convenientemente usufruir dos prazeres da carne.


VENS DESPIR-TE OU VESTIR-TE?



Por vezes, Diógenes ia aos banhos públicos. Aí, encontrou um conhecido ladrão de mantos, a quem perguntou: - Afinal vens despir-te ou vens vestir-te?


CÍCERO - UMA PERGUNTA DE DIFÍCIL RESPOSTA


Um aristocrata de nome Metelo odiava Cícero, quer pelas suas ideias quer pela sua origem plebeia.

Um dia, em acesa discussão, perguntou-lhe: - Quem pensas tu que és? Afinal quem era o teu pai?

Cícero respondeu: - Essa pergunta é de difícil resposta e tudo por culpa da tua mãe.





PRAZER PARA TODOS



Aristipo tinha o hábito de usar dos serviços de uma conhecida prostituta, de nome Lais. Por tal facto, era muitas vezes criticado, já que Lais prestava os seus serviços a muitos homens.

Aristipo, tinha por costume responder, que se limitava a pagar para obter prazer e não para impedir que outros o tivessem também.


DIÓGENES E A CENSURA DESNECESSÁRIA



Diógenes terá na sua juventude falsificado moedas.

Muitos anos depois do delito, alguém o terá censurado veementemente, ao que respondeu: - Meu amigo, antes eu era tal como tu és agora. A diferença, vê, é que tu nunca serás como eu sou agora.


ARISTÓTELES E A PERGUNTA PRÓPRIA DE UM CEGO



A Aristóteles, um discípulo questionou-o quanto à razão de buscarmos preferencialmente nos nossos relacionamentos pessoas bonitas a feias.

Respondeu: - Essa pergunta é própria de um cego.


A MENTIRA TORNADA VERDADE



Num banquete em que estava presente Cícero, uma mulher com mais de quarenta anos afirmava ter apenas trinta. Como foi surpreendida pela incredulidade declarada de alguns presentes, pediu a Cícero, a quem bem conhecia, que atestasse a verdade do que afirmava.

Cícero, disse: - Julgo que fala verdade. Como é que pode mentir uma pessoa que faz a mesma afirmação há cerca de dez anos?


O HOMEM DE PLATÃO – UM BÍPEDE SEM PENAS



Platão terá dito que o homem mais não é do que um “bípede sem penas”.

Diógenes, que como já vimos noutras histórias, estando perante vasto auditório, soltou um galo depenado, dizendo: - Eis aqui o homem de Platão.


domingo, 17 de abril de 2011

O LIMITE DO FILOSOFAR



Há certamente um limite para o filosofar. Um aluno perguntou-o a Crates, que respondeu: - Até que tenhamos plena consciência do que são os governantes.

- E o que é que os governantes são? – retorquiu o pupilo.

- Condutores de asnos.


AS ÚLTIMAS PALAVRAS DE DIÓGENES



As últimas palavras de Diógenes terão sido: - Quando morrer, façam o favor de me lançarem aos cães, já que é algo a que estou acostumado.


MAQUIAVEL O MORDOMO DO DIABO



Maquiavel foi um admirador de César Bórgia, tendo até sido apelidado de “mordomo do Diabo”. Grande conhecedor da vida política, defendeu na sua filosofia, ou melhor nos objectivos governativos da sua especulação, consubstanciados na conservação do poder e na manutenção da ordem, a máxima de que os fins justificam os meios.

Conta-se que este sinistro filósofo, estando às portas da morte, sonhou com o paraíso e com o inferno. No paraíso estavam os mansos, os pobres em espírito, os mendigos, os eremitas, enquanto que o inferno estava cheio de homens ricos de costumes duvidosos, papas, cardeais, filósofos e políticos.

Tendo narrado esta visão a um amigo, este questionou-o quanto às suas preferências, ao que lhe respondeu: - É óbvio que prefiro a companhia de papas e reis à dos frades e mendigos.



COMO SABER QUEM É O SEU PAI?



Num fim de tarde, um filho de uma prostituta, adolescente problemático, arremessava pedras aos transeuntes.

Diógenes, irónico, advertiu-o: - É rapaz! Não atires pedras a quem não conheces, não vás assim acertar em teu pai.


DA RAIZ QUÁDRUPLA DO PRINCÍPIO DA RAZÃO SUFICIENTE


Schopenhauer, na sua tese de doutoramento, apresentou um trabalho filosófico intitulado “Da Raiz Quádrupla do Princípio da Razão Suficiente”.

O livro foi publicado e o filósofo apressou-se a mostrá-lo a sua mãe, escritora e mulher de superior cultura.

Esta, ironicamente, questionou-o: - Da Raiz Quádrupla? De que é que se trata? De um livro para farmacêuticos?


QUAL A HORA MAIS INDICADA PARA COMER



Perguntaram a Diógenes: - Qual a hora mais indicada para comer?

Respondeu: - Caso sejas rico, come quando quiseres. Mas, se fores pobre, come quando puderes.



NO DIA DA EXECUÇÃO DE SÓCRATES



No dia em que Sócrates iria ver executada a sua sentença de morte, rodeado de amigos, a mulher Xantipa, não parava de se lamentar e chorar, afirmando que a condenação tinha sido manifestamente injusta.

Sócrates não se conteve: - Preferias tu, mulher, que eu tivesse sido justamente condenado?




OS FILÓSOFOS SABEM DO QUE PRECISAM E OS RICOS NÃO



Aristipo era um dos filósofos que visitava o tirano Dionísio, entre outros, com o intuito de obter alguns benefícios financeiros.

Numa dessas visitas, Dionísio perguntou-lhe por que é que os filósofos visitavam frequentemente os ricos nas suas casas, enquanto estes muito raramente os visitavam.

A resposta de Aristipo: - Os filósofos sabem bem o que lhes faz falta, mas os ricos não.





A CADA UM SEGUNDO AS SUAS NECESSIDADES...



O tirano Dionísio gostava de se rodear de filósofos e não se poupava a despesas para os prendar.

Certo dia, Aristipo, que fora presenteado com uma soma considerável de dinheiro, enquanto Platão apenas aceitou um livro, foi recriminado por um amigo comum.

Aí, justificou-se: - Eu tenho necessidade de dinheiro e Platão, certamente, de livros.


LOUVADO POR FAZER MAL



Alguém disse a Antístenes – que tinha a noção de que a grande maioria das pessoas não têm bom íntimo –, que muita gente dizia bem dele.

Com ironia perguntou ao seu interlocutor: - Que mal é que eu fiz para que sejam assim tantos os que me louvam?


A CLEMÊNCIA DE BACON



Quando o filósofo Bacon foi lorde-chanceler, viu-se confrontado com o apelo de um condenado que solicitava a sua clemência.

- Lorde, solicito a vossa misericórdia. O meu nome, Hogg, deve ser-vos familiar. (tradução de Hogg, porco, e de bacon, toucinho)

Bacon, respondeu-lhe: - Só depois de Hogg ter sido dependurado poderemos encontrar tal familiaridade.


PLATÃO E DIÓGENES – O ORGULHO




Diógenes sempre provocou Platão. Daí as relações entre os dois filósofos serem extremamente tensas.

Num dia chuvoso, Diógenes, com as sandálias enlameadas, entrou em casa de Platão, comprazendo-se a sujar os tapetes e dizendo: - Assim, Platão, piso o teu orgulho.

Este respondeu: - É verdade, Diógenes. Pisas o meu orgulho com o teu.




SÓCRATES - O DESEJO DE FAMA


Um dia, Antístenes, discípulo de Sócrates, que procurava imitá-lo no seu desprezo pelos bens materiais, mostrava com vaidade vários rasgões na sua túnica.

Sócrates, com a ironia e sagacidade que lhe eram peculiares, disse: - Pelos rasgões da tua túnica consigo vislumbrar o teu insaciável desejo de fama.



PLATÃO – OS GOVERNANTES-FILÓSOFOS



Platão estava absolutamente convicto de que os males que atormentam a humanidade só teriam fim quando os governantes se tornassem filósofos ou fossem estes a governar – Carta Sétima.

Mas, tal intuição não se aplica aos que apenas têm nome de filósofos...


ANTÍSTENES - PORQUE NÃO ME TOCAS A FLAUTA?


Numa festa, um conviva pediu a Antístenes para cantar.

Irritado com o pedido, ripostou: - E tu, porque não me tocas a flauta?


BERKELEY PARODIADO POR VOLTAIRE



Berkeley, o filósofo idealista por excelência, sofreu a ironia implacável de Voltaire:

- Sempre que um homem fecunda uma mulher, estamos perante uma ideia que se encerra dentro de outra ideia, nascendo em consequência dela, uma nova ideia.


SÓCRATES E A CALÚNIA


Sócrates foi avisado por um amigo de que alguém o caluniava.

Comentou com algum enfado: - Não tens de que te admirar. Fala mal de mim porque nunca lhe ensinaram nem aprendeu a falar bem.


XANTIPA – A MULHER DE SÓCRATES



Sócrates contraiu matrimónio com Xantipa. Uma mulher peculiar. De carácter irascível, discutidora, verborreica. Tinha uma necessidade constante de descarregar no marido as suas cóleras, submetendo-o a incontáveis zangas.

Talvez Sócrates a tenha escolhido por esposa, para assim atingir o domínio sobre si próprio.

Um dia, quando as palavras odiosas de Xantipa já desfilavam há longas horas, Sócrates saiu de casa e sentou-se absorto num dos degraus da entrada.


Xantipa, que ainda não desabafara tudo, muniu-se de uma bacia de água suja e despejou-a em cima do marido.

Sócrates, imperturbável disse: - Com tanta trovoada, não é de estranhar que chova.





MALES DA DOENÇA E MALES DA VIDA


Antístenes estava a morrer e tinha junto dele Diógenes de Sinope. Não parava de se queixar das dores que sentia e perguntou em voz rouca quem o poderia livrar dos seus males.

Diógenes mostrou-lhe um punhal, dizendo que seria esse o remédio, ao que Antístenes replicou: - És um estúpido, Diógenes. Refiro-me aos males da doença, não da vida.


PITAGÓRICOS – A TRANSMIGRAÇÃO DAS ALMAS



Os pitagóricos defendiam a transmigração das almas. Certo dia, dois homens travavam acesa discussão. Um, pitagórico, intentava demonstrar que já tinha estado neste mundo, ao que o outro se ia progressivamente exasperando.

O primeiro, já exausto e sem argumentos, disse: - Fica sabendo, que antes desta vida vivi uma outra e recordo perfeitamente que tu eras moleiro.

O outro, ofendido, respondeu: - Claro! Como sou estúpido! Lembro-me agora de que tu eras o burro que carregava o cereal para moer.


DIÓGENES AGREDIDO



Um homem transportava uma comprida tábua às costas. Inadvertidamente, atingiu Diógenes, tendo-lhe dito: - Cuidado Diógenes!

Este, não se conteve: - Porquê, tens tu a intenção de me bater novamente com o raio da tábua?



PLATÃO - BÍLIS E VAIDADE



As relações entre Antístenes e Platão nunca foram das melhores. No entanto, estando Platão doente, Antístenes foi visitá-lo. Ao lado do paciente estava uma bacia para onde havia vomitado.

Antístenes, disse-lhe: - Vejo bílis na tua bacia, mas ainda falta a tua vaidade.


PASCAL - O VOLUME PODE SER SUPERIOR À CAPACIDADE



Numa conversa de amigos, em que se encontrava Blaise Pascal, alguém se referiu a um homem de grande porte, excessivamente obeso e um tanto lerdo.

Com benévola sátira, Pascal disse: - Essa é a cabal demonstração de que um corpo pode ter um volume muito superior à capacidade.


HÁ QUEM TENHA OS OUVIDOS NOS PÉS



Aristipo, fundador da Escola Cirenaica, foi junto do tirano Dionísio interceder por um amigo. Depois de muito insistir, apercebeu-se de que o não conseguia demover. Prostrou-se então, a seus pés, sabendo que o tirano era muito influenciável por atitudes de submissão extrema.

Alguém criticou a sua atitude, o que mereceu a resposta de Aristipo: - E que mais poderia eu fazer, se Dionísio tem os ouvidos nos pés?



ZENÃO – UMA BOCA E DUAS ORELHAS




O filósofo Zenão, não gostava particularmente de falar e detestava todos aqueles que se perdiam em longas e improfícuas dissertações. Um jovem que o visitou não parava de falar.

Zenão, interrompeu-o: - Não sabes tu moço, que temos duas orelhas e uma só boca, para que assim muito possamos ouvir e pouco falar?


quarta-feira, 13 de abril de 2011

O JOGO DA VIDA



Recordo-te hoje. Recordo-te como se estivesses vivo no jogo de uma vida sem compaixão. Estás presente no meu cérebro definhado, nos meus pensamentos materializados, nos meus pobres sentimentos e no frio mundo das emoções. Um ano, um ano após a tua “execução”. A dor de meu coração ferido é a mesma de ontem, de sempre. Um ano e a injustiça deste “jogo” que me recuso a jogar. A espécie humana é a fraude da Realidade. Tudo é ilusão e o bem uma quase-ficção. Preciso de ti, amigo, e do vazio da mente para que o Infinito se manifeste e juntos possamos entrar na esplendorosa Casa dos Sonhos.


Não, não jogo mais o vosso “jogo”!


O meu espírito só poderá estar junto dos que sofrem. Apenas eles, são alheios ao "jogo".


O bater de asas de uma borboleta nos céus do mar da China alterará infinitesimalmente o ordenamento do Cosmos.



RECORDAÇÃO


Vinte anos

Argos penou

Vinte anos derramou sofrimento


Ulisses o feroz

Chorou

De Emeu escondendo as lágrimas


Assim o fiz também eu

AS ÚLTIMAS PALAVRAS DE JESUS



Jesus disse –

Mais nada vos digo

Ó adulterados


sábado, 9 de abril de 2011

O QUE É O INFERNO?




Bertrand Russell, referindo-se ao inferno, disse dever tratar-se de um local onde a polícia é alemã, os condutores de automóveis, franceses, e os cozinheiros ingleses.

Eu acrescentaria: e os magistrados e políticos, portugueses.