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ARTE

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

ESHUN, O AMOR E A LASCÍVIA



No mosteiro, uma monja
Bela, alegre e apetecida,
Despertava os anseios de alguns noviços.
Um deles, sem os conseguir refrear,
Escreveu-lhe propondo apartado encontro.
No dia seguinte,
Logo que o Mestre deu a palestra por terminada,
Eshun, a gentil monja ergueu-se
E perante todos, de frente para o noviço disse:
- Recebi a tua carta secreta onde te afirmas apaixonado.
Mas o amor não é algo que se manifeste escondido,
Pois é pleno e sincero.
Se me amas como dizes,
Vem até mim e abraça-me
Para que todos vejam e sintam.
Afirma-o aos mares e aos ventos
Aos espaços e aos tempos.
Onde há amor não há medo,
Secretismo, cinismo, hipocrisia.
Onde viceja o amor
Há fartura e não há penúria.
Que há para esconder quando se ama?
Que há para ocultar onde viceja tal sentimento?
O monge envergonhado baixou a cabeça
Retirando-se em surdo lamento.
Em boa verdade, apenas sentia desejo,
Lascívia, luxúria.


JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org/

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