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ARTE

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

JESUS NÃO MORREU NA CRUZ


Ao homem primitivo assustavam-no os fenómenos naturais, o aparecimento em sonhos dos antepassados falecidos, as inquietações para que não tinha qualquer resposta, em especial para a morte.
O medo levou-o a criar deuses que justificou com revelações imemoriais. Com eles o pensamento instituiu as crenças na reincarnação e na ressurreição, qual delas a mais ilógica e desesperada.
No entanto, é possível e plausível, que a primeira ideia dos povos ancestrais quanto à existência de um ser superior tenha recaído numa entidade do “mal”, um “diabo”, agressivo e punitivo, de poder temível. Poder este, que depois viria a ser atribuído a deus, de modo qualitativa e quantitativamente superior, de forma a que este pudesse derrotar aquele e pela súplica as nossas aflições e padecimentos.


O homem sofre, angustia-se, tem medo, sentimentos de culpa e simultaneamente quer ser o centro do universo. Por isso criou deuses, a maioria pessoais. Falsos e limitados como o pensamento e como convém a mentes estreitas, condicionadas e envelhecidas, mentes que pedem, imploram, oferecem bens e sacrifícios em troca de favores. Já Platão se referia pejorativamente a todos os que consideravam de forma aberrante, que deus pudesse ser propiciado com dádivas e ofertas; a divindade estaria assim, a par dos cães que ludibriados e amansados com alimentos de boa qualidade, deixavam depredar os rebanhos e abaixo dos homens comuns, que seriam incapazes de atraiçoar a justiça, por via de presentes oferecidos com intenção delituosa – no tempo de Platão, ao que parece, os homens comuns eram a regra da dignidade e verticalidade.

As religiões nascem ou de antigas tradições, que vão sendo aperfeiçoadas no seu conteúdo teológico ou até de um simples acaso, como ocorreu com o Cristianismo.

Quando Jesus nasceu, a denominada Terra Santa estava sob o domínio romano. O Império, numa atitude de inteligente condescendência, permitia que as populações dos territórios ocupados mantivessem alguma autonomia, quer a nível religioso quer político, amenizando assim, o espírito de revolta inerente a todas as situações que envolvem a perda de soberania e consequente descaracterização de valores e costumes próprios dos subjugados. Herodes, o Grande, governava a Palestina, com a anuência e vigilância do Imperador romano. Quando morreu, o reino foi dividido pelos seus três filhos, Arquelau, Herodes Antipas e Filipe. O primeiro governou a Edumeia, a Judeia e a Samaria. O segundo, a Galileia e a Pereia. O último, a Transjordânia. Arquelau incompatibilizou-se com o Império, ao que os seus territórios passaram a ser governados por um procurador romano. Por isso, encontramos Pôncio Pilatos em Jerusalém aquando da morte de Jesus. Até aos dias de hoje, foi de todo impossível estabelecer a sua data de nascimento; possivelmente nasceu entre três e sete anos antes da nossa era.

Segundo Mateus, Maria concebeu e deu à luz Jesus, sem que José a tivesse “conhecido” (Mt 1,25). O seu nascimento teria ocorrido em Belém da Judeia, no tempo do rei Herodes (Mt 2,1), que ao que parece terá falecido no ano quarto a.C.. Avisados de que este pretendia matar o menino, fugiram para o Egipto, onde permaneceram durante algum tempo (Mt 2,13-15). Morto Herodes, o Grande, terão retornado à terra de Israel, porém, José teve conhecimento, que Arquelau reinava na Judeia em lugar de seu pai, e tendo medo retirou-se para a região da Galileia, indo morar numa cidade chamada Nazaré (Mt 2,19-23).
A partir daqui, Lucas refere que o Menino crescia e robustecia-Se, enchendo-Se de sabedoria, e a graça de Deus estava com Ele, narrando o episódio do templo, quando tinha doze anos e estarrecera os doutores com as suas perguntas e respostas (Lc 2,40-51). Daqui, até ao início do seu ministério apenas se conhecem as palavras de Lucas. “E Jesus crescia em sabedoria, em estatura e em graça, diante de Deus e dos homens” (Lc 2,52).

Qual foi a educação de Jesus até aos doze anos? Na Índia, com os Essénios em Qumran, com algum mestre desconhecido ou com os seus pais denotando uma sabedoria inata e precoce? E onde é que esteve entre os doze e os trinta anos? Na Índia ou entre os Essénios? Desenvolvendo individualmente as suas capacidades? São múltiplas as hipóteses com milhares de obras e milhões de páginas gastas com um problema insolúvel. A verdade, é que o Jesus histórico, a sua personalidade e ensinamentos, ter-se-ão perdido no vazio dos tempos. Em bom rigor, os primeiros textos sobre a sua vida só terão sido escritos – excepcionando-se as cartas de Paulo, a que nos iremos referir em momento posterior – dezenas de anos após a sua crucificação – entre os anos 70 e 100 –, e é de todo injustificável a construção de doutrinas, algumas absolutamente aberrantes, desprovidas da menor consistência histórica e lógica, que apenas têm como intuito a venda de “livros da moda”. Nunca se escreveu tanto na história da humanidade sobre alguém de que se sabe tão pouco.
Para o conhecimento da vida de Jesus, contamos essencialmente com os quatro Evangelhos canónicos do Novo Testamento – atribuídos a Mateus, Marcos, Lucas e João –, muito especialmente no período que vai do início do seu ministério até à eventual ressurreição, e dos apócrifos – que foram rejeitados pela Igreja e como tal não são considerados livros sagrados –, sem olvidar os “Actos dos Apóstolos”, atribuídos a Lucas. Os três primeiros Evangelhos, dizem-se sinópticos, pelo paralelismo ou visão de conjunto que se torna possível estabelecer entre eles.

O ministério de Jesus tem como antecâmara a pregação de João Baptista no deserto da Judeia, dizendo “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” (Mt 3, 1-3). Então, Jesus que deveria ter cerca de trinta anos, veio ter com ele para ser baptizado (Mt 3, 13). Após a prisão de João, Jesus retirou-se para a Galileia, tendo ido habitar em Cafarnaúm, começando a pregar a partir deste momento (Mt 4, 12-17).
Depois de iniciar o seu ministério, começou Jesus a percorrer toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, curando o povo de todas as doenças. “A Sua fama estendeu-se por toda a Síria e trouxeram-Lhe todos os que sofriam de qualquer mal, os que padeciam de males e tormentos, os endemoninhados, os lunáticos e os paralíticos; e Ele a todos curou.
Seguiram-nO grandes multidões, vindas da Galileia, da Decápole, de Jerusalém, da Judeia e de além do Jordão” (Mt 4, 23-25).
Os Evangelhos referem constantemente o facto de Jesus ser seguido por grandes multidões e a realização de inúmeros e fantásticos milagres nos lugares por onde andou, à excepção de Nazaré, por causa da falta de fé da sua gente – “Um profeta só é desprezado na sua pátria e em sua casa”. Este facto faz com que estranhemos sobremaneira a atitude dos investigadores da época de Jesus. A anuência das multidões à sua palavra e a realização de curas verdadeiramente milagrosas, não poderiam passar desapercebidas a inúmeros historiadores, tais como, Suetónio (65-135) e Plínio, o Jovem (61-114) – que se referem à seita dos cristãos, mas nada escrevem sobre Jesus –, a Flávio Josefo, autor de uma obra denominada “Antiguidades Judaicas”, publicada por volta do ano 90 – onde refere Herodes, João Baptista e Pôncio Pilatos, mas também nada escreve sobre Jesus. Dois contemporâneos de Jesus, também não escrevem nada sobre a sua vida e obra: Fílon de Alexandria, e o mais estranho, Justo, que viveu em Tiberíades, nas proximidades de Cafarnaúm – onde Jesus terá arrastado multidões e realizado inúmeros milagres, como Mateus mencionou e já referimos supra. Apenas Tácito (55-120), refere um homem de nome Cristo, crucificado no tempo do imperador Tibério, pelo governador Pôncio Pilatos.

Se os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, se aproximam da verdade histórica, então Jesus tinha medo da morte: “ (...) Jesus chegou com eles a um lugar chamado Getsemani e disse aos discípulos: «Ficai aqui, enquanto Eu vou além orar». E, levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-Se e a angustiar-Se. Disse-lhes então: «A Minha alma está numa tristeza de morte; ficai aqui e vigiai Comigo». E, adiantando-Se um pouco mais, caiu com a face por terra, orando e dizendo: «Meu Pai, se é possível, passe de Mim este cálice; todavia, não seja como Eu quero, mas, como Tu queres» (Mt 26,36-39) – veja-se Marcos 14,32-37 e Lucas 22,39-45. Tudo nos leva a crer que Jesus não pretendia morrer, que esse não era o seu desígnio e vontade.

Jesus foi condenado à morte por crucificação. Esta forma de pena era brutal, pela duração da agonia e pela dor que causava, não estando destinada aos cidadãos romanos, mas tão-somente aos “criminosos” dos povos dominados. Com ela, pretendia o império aterrorizar os rebeldes e todos os que atentavam gravemente contra si e contra a ordem pública. O peso do corpo da vítima, quando suportado apenas pelos pulsos, levava à sua lenta sufocação, sobrevindo a morte em cerca de seis horas. Para minimizar o sofrimento dos condenados, por vezes, partiam-se-lhes as pernas, o que tornava a asfixia mais rápida. Tal procedimento, terá ocorrido no tocante aos dois homens que foram crucificados com Jesus, já após este ter rendido o espírito, de forma a que os corpos não ficassem na cruz, pois estava-se no dia da Preparação – dia que antecedia o sábado, que excluía qualquer tipo de execução e começava com o pôr-do-sol de sexta-feira, correspondendo neste particular ao início das festas pascais judaicas – (Jo 19,31-33). Jesus nessa altura, já havia sido considerado morto, tendo-se limitado um soldado a perfurar-lhe o lado com uma lança (Jo 19,34).
Terá sido pregado na cruz na hora sexta ou meio-dia, e considerado morto na nona hora ou três da tarde. Ao anoitecer – talvez pelas seis horas da tarde – o corpo foi retirado da cruz – iniciava-se o sábado e tudo leva a crer que a crucificação de Jesus e dos dois malfeitores foi feita à pressa (Mt 26,5).
Ora, os Evangelhos sinópticos referem que Jesus antes de entregar o espírito ao Pai, terá dado um grande grito, o que teoricamente é de todo impossível para quem está a falecer por asfixia. A ausência ou insuficiência de oxigénio ocasiona uma debilidade que torna impossível qualquer brado ou manifestação vocal vigorosa. “Desde a hora sexta, até à hora nona, as trevas envolveram toda a terra. E, cerca da hora nona, Jesus clamou em alta voz: «Elli, Elli, lema sabacthani?» isto é: «Meu Deus, Meu Deus, porque me abandonaste?». Alguns dos que ali se encontravam, disseram ao ouvi-Lo: «Está a chamar por Elias». Um deles correu imediatamente, tomou uma esponja, embebeu-a em vinagre e, fixando-a numa cana, dava-lhe de beber. Mas os outros disseram: «Deixa, vejamos se Elias vem salvá-Lo!». E, clamando outra vez em alta voz, expirou.” (Mt 27,45-50) – veja-se também, Mc 15,37, que refere um grande brado e Lc 23,46, onde se diz que Jesus exclamou, dando um grande grito: «Pai, nas Tuas mãos entrego o Meu espírito», expirando de seguida.
Não vamos tão longe como Nicolai Notovitch, que publicou em 1887 “A desconhecida vida de Jesus” ou mais recentemente – mas na esteira daquele – o teólogo Holger Kersten, que afirma ter Jesus, após a “ressurreição” vivido e sido sepultado na Índia. Este último aventa a hipótese de ter sido dado a Cristo, não vinagre, mas uma substância extraída de uma planta, como a Ervandorinha, que provoca em doses ponderais mas não letais, um estado cataléptico semelhante ao da morte, em que todos os sinais vitais, como a respiração e a pulsação, se tornam imperceptíveis. Isto explicaria a rendição do espírito, logo após a administração da “substância”, identificada como vinagre – o vinagre tem um efeito estimulante, que facilitava a agonia dos condenados, mas que não acelerava o processo executório. Os factos conducentes a tais conclusões são no nosso entender falíveis, tal como falível é toda a tentativa de definir com rigor o Jesus histórico. No entanto, tudo aponta para que tenha sobrevivido à crucificação. A morte aparente ou estado cataléptico era um fenómeno bastante usual na antiguidade e até há bem pouco tempo – quem é que não recorda episódios de pessoas que foram sepultadas vivas?!.

É essa a nossa intuição. Jesus sobreviveu à crucificação.
Em Marcos, Maria de Magdala, Maria, mãe de Tiago, e Salomé, quando se preparavam para o embalsamar, constataram que já não estava no sepulcro talhado na rocha, cedido por José de Arimateia, tendo um anjo anunciado a sua ressurreição e a sua vontade de encontrar os discípulos na Galileia (Mc 16,1-8). Terá aparecido primeiramente a Maria de Magdala, depois a dois dos discípulos, para aparecer finalmente aos onze, quando estavam à mesa, censurando-lhes a incredulidade (Mc 16,9-14). Segundo Mateus, aparece a Maria, mãe de Tiago, o Menor, e de José, e Salomé, e a Maria de Magdala, no primeiro dia da semana, após estas terem verificado que o túmulo se encontrava vazio, ordenando-lhes que dissessem aos seus discípulos que partissem para a Galileia onde pretendia encontrar-se com eles (Mt 28,1-10). Lucas, refere que as mulheres encontraram a pedra do túmulo removida e entrando não encontraram o corpo de Jesus. Estando perplexas com a ocorrência, apareceram-lhe dois homens em trajes resplandecentes, que lhes deram conta da ressurreição. O próprio Pedro, por elas informado, deslocou-se ao sepulcro, onde apenas viu as ligaduras e o sudário (Lc 24,1-12). No caminho de Emaús, apareceu a dois discípulos, que inicialmente o não reconheceram (Lc 24,13-16) e posteriormente aos onze (Lc 24,36). Encontramos idêntica narração no Evangelho de João.
As aparições de Jesus, considerado morto, devem ter fortalecido a fé dos discípulos, homens simples e crentes num novo Deus, misericordioso e compassivo (Act 2,1-13), levando-os à evangelização, não obstante a feroz oposição judaica. A Nova Aliança – toda a Bíblia é a história de alianças estabelecidas entre Deus e os homens –, teve como arrebatado opositor, Saulo ou Paulo, que para além de aprovar a morte do primeiro mártir, Estevão (Act 7,54-60), devastava a Igreja nascente, indo de casa em casa, arrastando homens e mulheres, entregando-os à prisão (Act 8,1-3).
Foi este Saulo, que quando se dirigia para Damasco, perseguindo homens e mulheres desta “Via”, encontrou Jesus, que lhe terá perguntado: «Saulo, Saulo, porque me persegues?» (Act 9,1-5). Convertido, começou imediatamente a proclamar que Jesus era o Filho de Deus (Act 9,20) – veja-se ainda Act 22,5-16 e 26,10-18 –, considerando-se Apóstolo por vocação, escolhido para anunciar o Evangelho (Rom 1,1).
É indubitável que os mais antigos documentos conhecidos do cristianismo foram escritos por Paulo – as cartas –, homem psicologicamente complexo e possuidor de vasta cultura, ao contrário dos discípulos, simples e iletrados (Act 4,13). Provavelmente, na sua ambição de liderar uma religião nascente, que não privilegiava judeus, estendendo-se aos gentios, a todos os homens e mulheres de boa vontade, e que não obstante o fraco nível dos seus pregadores crescia com uma celeridade inesperada, previu a sua projecção no futuro e a possibilidade de atingir a celebridade. A este facto, poderá acrescer um sentimento de culpa pelas perseguições realizadas. Se bem atentarmos, nas Cartas, Paulo não refere a doutrina real de Jesus, as suas parábolas, mas privilegia a sua própria doutrina. Foi quer queiramos quer não, o organizador do cristianismo, que assim, antes, havia de se denominar paulinismo, por expressar a sua filosofia e teologia – entre outros, associou a morte de Jesus, Filho de Deus à redenção dos nossos pecados, deu corpo aos dogmas da trindade e do pecado original.


JOSÉ MARIA ALVES

16 comentários:

karla disse...

Prezado Sr.,
Suas informações sobre homeopatia são muito valorosas e úteis, especialmente porque o tratamento homeopático além de eficaz é acessível à população, dado o baixo custo. Mas, infelizmente o seu texto em que expõe a sua idéia, pelo sr mesmo chamada de 'intuição', de que Jesus não morreu na cruz, é presunçoso. Sua abordagem sobre a vida de Jesus e seus seguidores demonstra falta de revelação. Sei que é difícil, melhor, impossível para o homem natural entender e crer nas verdades bíblicas. Sei também que o cristianismo histórico tão distante dos ensinamentos de Cristo produziu um grupo de incrédulos imenso. Seu escrito demonstra tbm que o sr. não conhece a Bíblia. Desafio-lhe (no bom sentido) a ler o Evangelho de Marcos (foi o primeiro a ser escrito), com a mente limpa, separando Jesus do cristianismo histórico que se seguiu utilizando levianamente o seu nome. Jesus não criou nenhuma religião. Ele á a ponte que nos liga a Deus. Jesus não construiu nenhum templo,pelo contrário, disse aos judeus da sua época que o Templo de Salomão (na época de Herodes) seria destruído. E realmente foi no ano 70 d.c. (o registro dessa profecia feita nos evangelhos foi feita antes disso). Não me ofendo com seus comentários, pois partem de uma pessoa sincera que não tem medo de afirmar o que crê. Mas, meu coração se enche de compaixão por sua vida e vou orar por vc a partir de hoje, a fim de que o Espírito Santo lhe abra os olhos, assim como abriu os meus. E isso não aconteceu comigo através de um líder religioso, ou pregação, ou coisa parecida, mas foi através da leitura da Bíblia. Recomendo-lhe também a leitura do livro "O Reino que alvoroçou o mundo", de David Bercot, disponível gratuitamente para download no site www.ocristianismoprimitivo.com . Esse livro traz um apanhado histórico muito bom sobre a formação do cristianismo sem Cristo formado nesses dois mil anos de história da igreja (igreja= eklesia=tirados para fora, não é um local, mas pessoas que decidiram sair do curso do mundo e entregar o controle de suas vidas a Jesus). Durante esses 2000 anos sempre houve a coexistência da igreja institucional (criada pelos homens) com a igreja verdadeira. Como a igreja verdadeira são pessoas e não um lugar ou uma organização humana, ela está presente também dentro da igreja institucional. Jesus disse que o reino de Deus estaria dentro daqueles que cressem nele. Espero que o sr. aceite meu desafio e leia o Evangelho de Marcos (ou os 4!), sem medo de que os seus olhos se abram. Por fim, recomendo-lhe um site muito bom, sobre apologética cristã: http://reieterno.sites.uol.com.br/
"Felizes os que não viram, mas creram" (Jesus). Shalom, karla

JOSÉ MARIA ALVES disse...

Boa noite Karla

Em primeiro lugar os meus mais respeitosos cumprimentos.
Concordo que Jesus não intentou criar uma religião - pelo menos esta...
Por isso, prefiro o termo "Paulinismo".
Vou reler o Evangelho de Marcos - prometo!
Por outro lado, todas as suas críticas são obviamente legítimas. Seria bom crer, incondicionalmente, como a Karla crê. Não é o meu caso.
Mas, seja qual for a minha opinião, agradeço-lhe do fundo do coração o facto de se dispor a rezar por mim.
Se algum de nós estiver errado, que o Deus de Verdade - não qualquer deus inventado pelos homens - desça sobre nós.
Já agora, uma confissão: muito jovem quis ser Franciscano; e hoje, se Jesus não é o ente que julgo Deus, não deixa de ser para mim uma referência ética muito forte.
Um beijo
Zé Maria

Urbano Rural disse...

Prezado Doutor José Maria Alves,

faço coro com a leitora Karla. Entendo que podemos duvidar de tudo e é lícito que o façamos em busca da verdade. Suas palavras demonstram honestidade, algo raríssimo inclusive entre religiosos. Todavia, a intuição pura e simples não é base sólida para os assuntos do espírito.

Jesus Cristo é real e há uma forma de conhecê-Lo num desafio pessoal. Há algo que Deus se alegra em fazer: mostrar seu amor aos homens
individualmente, o qual foi mostrado claramente a todos na vida e obra de Jesus. Assim, a fim de que dissipem-se quaisquer dúvidas a respeito do assunto, e sem a interferência de qualquer homem, cultura ou religião, respeitosamente, sugiro-lhe fazer um único pedido, qual seja: Deus, mostra-me o teu amor!

Há um conhecimento em Cristo que homem algum alcança por si mesmo. Há Vida plena e real Nele, mas não é automática. O homem tem em si o senso da eternidade que, como dizia Boécio, "é a posse plena e simultânea de todos os momentos", por isso temos o ontem como existente ao nosso lado e o amanhã como possível sem nenhuma contradição interna. É preciso que
cada homem manifeste sua real vontade de conhecer a verdade que Nele é e está, exercitando seu livre arbítrio. O mal, sim, é automático neste mundo. Basta que o agricultor aposente a enxada pensando que as pragas não o molestarão na mesma medida da sua desistência em combatê-las ou que
o homem saia de casa desprovido de proteção em dia chuvoso admitindo que os pingos desviar-se-ão dele por não atingirem quem os despreza, e ele está lá, pronto para destruir a horta e resfriar o enxarcado. Caso assim não fosse, os médicos seriam desnecessários, como as enxadas e os guarda-chuvas.

Como a leitora Karla, vou orar pelo senhor pedindo a Deus que lhe mostre o seu amor que está em Cristo Jesus. Se o senhor já faz obra digna, certamente ainda maiores fará depois de conhecê-Lo, pois não só poderá curar o físico mas também levará cura ao espírito mediante o poder Daquele que pode
todas as coisas.

Observo também que, como médico homeopata, o senhor cura o físico dos homens mediante o mesmo método usado por Deus para curar a morte do homem: pela morte de Cristo. Ainda da mesma forma, na medicina humana, só quem toma o medicamento fica são e é deste modo que a vida verdadeira vem pela aceitação da Vida que é Cristo. Podemos expandir ainda afirmando que houve diluição - um por muitos - e dinamização - o sofrimento por todos.

A realidade que conhecemos está totalmente revelada por Deus nas
Escrituras. A ciência precisa expandir-se e aprender com a revelação.

Disse o grande sábio Salomão: "O espírito do homem o sustém na sua
enfermidade; um espírito abatido, quem o suportará?" - Provérbios 18:14.

Que Deus o abençoe e lhe mostre o Seu amor!

JOSÉ MARIA ALVES disse...

Boa noite Amigo

Apreciei muito as suas palavras, tal como da Karla também apreciei.

Invejo - no bom sentido do termo - a vossa fé.

Agradeço que se tenha disposto a rezar por mim.

E, humildemente, peço aqui mesmo:
Meu Deus, mostra-me o teu Amor, um Amor que seja forte como a Morte.

Acredite-se que o faço constantemente, e com a humildade de quem vive obcecado com os mistérios da existência e concomitante angústia existencial.

Um grande abraço.

questionadora disse...

Sr.José Maria;Ser um ser pensante e questionador é proibido no que diz respeito a religião. Jesus foi realmente um grande homem,altamente inteligente e instruído.Não entendo porque as pessoas querem tanto que ele tenha morrido na cruz.A hipótese de que ele tenha sobrevivido á cruz é perfeitamente aceitável,afinal a ressurreição na minha opinião vai contra a lei natural da vida.

questionadora disse...

Sr.José Maria;Ser um ser pensante e questionador é proibido no que diz respeito a religião. Jesus foi realmente um grande homem,altamente inteligente e instruído.Não entendo porque as pessoas querem tanto que ele tenha morrido na cruz.A hipótese de que ele tenha sobrevivido á cruz é perfeitamente aceitável,afinal a ressurreição na minha opinião vai contra a lei natural da vida.

questionadora disse...

Sr.José Maria;Ser um ser pensante e questionador é proibido no que diz respeito a religião. Jesus foi realmente um grande homem,altamente inteligente e instruído.Não entendo porque as pessoas querem tanto que ele tenha morrido na cruz.A hipótese de que ele tenha sobrevivido á cruz é perfeitamente aceitável,afinal a ressurreição na minha opinião vai contra a lei natural da vida.

JOSÉ MARIA ALVES disse...

Bom dia Questionadora

No fundo, "questionadores" é o que somos todos. Mas, uns optam pelo caminho das verdades dogmáticas (teologia revelada), enquanto que outros, seguindo os trilhos da razão enveredam pela filosofia e pela metafísica, ficando para sempre com os duros espinhos da ignorância (no sentido socrático) cravados na carne.

No que toca à sua questão fundamental, ou seja, porque é que queremos tanto que Jesus tenha morrido na cruz e tenha ressuscitado, diremos sinteticamente:
É muito mais fácil ao ser humano amar um Deus pessoal, ou seja, feito à sua imagem e semelhança, do que um Deus impessoal, indefinível, etéreo e sem descrição possível. Por outro lado, sem ressurreição, não há Jesus Deus, mas Jesus homem, nem sequer há Cristianismo, com a Trindade que o caracteriza - Deus Pai, Deus Filho e o Espírito Santo.

Complicado...

Abraço

questionadora disse...

Presado Senhor José maria:
No que diz repeito à Bíblia, que foi escrita a mais de dois mil anos, seguindo padrões da Igreja Católica da época, teve claramente em muitas passagens quando fala de Maria Madalena e Maria de Nazaré o intuito de diminuir a imagem da mulher dentro da Igreja também na sociedade.
Existem no Vaticano vários documentos da era de Cristo Que ninguém jamais teve acesso a não ser ser o Clero.Documentos esses que se publicados causarão uma verdadeira revolução dentro das e Igrejas e no mundo.Isso não é nem um pouco interessante para o Vaticano.

Urbano Rural disse...

Caros Dr. José Maria Alves, Questionadora, e todos quantos vierem a ler estes comentários,

Há poucos dias recebi o email de um amigo apresentando-me um livro que, até onde já li, parece-me excelente para dirimir grande parte das dúvidas sobre a fé cristã e seu conjunto de crenças.
Realmente um desafio.
O livro chama-se "Não tenho fé suficiente para ser ateu".

O link para baixá-lo é este:
http://search.4shared.com/q/1/não%20tenho%20fé%20suficiente%20para%20ser%20ateu

Podem escolher qual dos arquivos será baixado. Está em português.

Abraços a todos!

JOSÉ MARIA ALVES disse...

Boa tarde Amigo Urbano

Agradeço a sua colaboração. E agradeço-a também em nome de outros leitores.

Gostaria que neste artigo do blogue, a discussão fosse alargada a todos quantos se interessam sobre o tema, sejam nomeadamente, ateus, deístas, cristãos, hindus, muçulmanos, budistas ou agnósticos.
Seria interessante ouvirmo-nos reciprocamente com a abertura de espírito que deve caracterizar o homem que apesar de livre, também defende as suas mais profundas convicções.

Um abraço e Bem Haja.

questionadora disse...

Sr.Urbano;
Boa noite!
Gostaria de lhe fazer uma pergunta;
Na sua opinião de onde surgiram Adão e Eva?

Dr. Restrito Seguro disse...

Olá Questionadora! Desculpe se demoro a responder. Minha conexão à internet seria melhor se fosse com duas latas e um barbantinho...

Sua pergunta é pertinente e expõe um problema do nosso tempo: a opinião. Qual importância tem minha opinião diante da realidade? Nenhuma! Opinião é o que emitimos quando não estamos convencidos pela verossimilhança.

Adão e Eva não surgiram do acaso assim como não surgiu coisa alguma do nada. O nada não cria, só o que existe pode criar. Como dizia Aristóteles: “Nada é aquilo com que as rochas sonham”. Alguns sugerem o acaso como causa da nossa existência. O acaso seria inteligente se pudesse ordenar o que existe, mas isso também é impossível porque o acaso, obrigatoriamente, teria que possuir uma ordem inteligível e essa ordem pressupõe uma origem. Além disso, o acaso é apenas uma possibilidade teórica. Mas, o que é algo possível? Possível é tudo o que não possui contradição interna. Assim, entendo que o relato bíblico da criação de Adão e Eva é verossímil porque abriga em si a possibilidade de um Criador Eterno, que cria o tempo, o espaço e a matéria de uma só vez num só instante. A vida humana, então, passa a ser uma dádiva intencional, não um mero efeito.

Urbano Rural disse...

Peço desculpas pelo nome trocado. Criei várias contas de email para brincar com amigos e, às vezes, esqueço qual conta usei num comentário.

Como dicho por Don Quixote de la Mancha: "Yo sé quién soy".

Euclides - Urbano Rural (saí da cidade para o campo, onde aprendi a realidade).

questionadora disse...

Sr. Urbano
Boa Noite:

Opinião é o que pensamos a respeito de determinado assunto e é a certeza pessoal do indivíduo. Se a sua opinião não tem importância diante da realidade, então o sr. é um tanto contraditório, pois, quando escreve está opinando o tempo todo. então porque escreve?
Em nem um momento afirmei, que surgimos do nada. Acredito piamente que somos seres evolutivos. Jamais acreditei na existência de Adão e eva. Eles foram apenas figuras simbólicas para demonstrar a diferença entre o bem e o mal e de quebra, denegrir a imagem da mulher.
No que diz respeito ao acaso; nada é por acaso. Tudo ocorre segundo uma dinâmica criada por nós mesmos. Eu diria que somos algozes de nós mesmos.
Obrigada pela atenção.

Urbano Rural disse...

Olá Questionadora

De fato, expomos o que pensamos, mas o que pensamos nem sempre corresponde à realidade, por isso uma opinião – ainda que minha - não pode fugir à realidade. Posso, no máximo, relatá-la. Posso influenciar pessoas para, praticamente, qualquer direção, e isso implica decidir vidas muitas vezes, por isso tomo cuidado. Quando respondi, o fiz buscando o máximo de informação válida possível dentro da razão. Escrevo porque aprendi o que me transformou a vida para melhor e que pode ser útil a mais pessoas.
Quanto à evolução, é contraditória em seus termos e também exige fé, por isso expliquei previamente o que é algo possível. Veja sua afirmação: “Tudo ocorre segundo uma dinâmica criada por nós mesmos”. Então, se é assim, quem criava a dinâmica quando não havia nenhum ser humano sobre a terra? Observe que tal afirmação exige uma origem e confirma a necessidade de um criador: alguém tem que criar algo. Além disso, se ‘tudo ocorre’ segundo uma dinâmica criada por nós, como entender o universo que nos precedeu? Para um bom estudo a respeito das contradições evolucionistas sugiro o mesmo livro: “Não tenho fé suficiente para ser ateu”. Há muito mais do que apenas refutação ao ateísmo. É realmente questionador.
Quanto à criação denegrir a imagem da mulher, não o fez. Reportando-me à Bíblia, há tanto vício quanto virtude em ambos, que foram feitos à imagem e semelhança do Criador – nisto também há dignidade. Vemos apenas exteriormente, mas ambos possuem transcendência e é por ela que podemos apreender a realidade. Procure o livro “O Inconsciente sem fronteiras” da Dra. Renate Jost de Moraes. Uma pesquisa séria e científica sobre o inconsciente humano que pode abalar seriamente muitos postulados da ciência materialista, como é feita hoje. Além disso, expõe como verdadeiros e eficazes os processos homeopáticos, como atuantes no mais profundo do ser humano. A Dra. Renate tem mais de 100.000 pacientes tratados com sua técnica e não encontrou nenhuma exceção quanto ao questionamento sobre a origem de cada paciente. Durante a anamnese, todos, sem distinção de raça, credo, cultura ou condição social afirmam terem sido criados num determinado e preciso momento. Ateus, inclusive, dizem a mesma coisa quando inquirem seus inconscientes. E mais, a morte tem dois significados: a separação do físico e pode ser o distanciamento da Vida que é Deus, não é a extinção da vida, relatos que se encaixam perfeitamente nos escritos bíblicos. Um dos comentários da autora diz que a mulher e o homem são complementares por suas diferenças. Doze homens numa sala é igual a doze postes. Uma mulher entre eles promove interação. Ambos são imprescindíveis um ao outro e a analogia ao osso da costela diz o mesmo: a mulher não é superior nem inferior, mas igual, caminha lado a lado. É um livro fascinante e cientificamente muito sério. Segue um link para o site dela. Assista aos vídeos, vale a pena.
http://www.tipclinica.com.br/index.php/pagina-inicial/o-metodo-adi-tip

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