O MENDIGO E O AVARENTO
Um mendigo bateu à porta da casa grande da aldeia. O dono abriu, e aquele disse:
“Poderá o senhor dar-me um pedaço de pão com que alivie a fome?”
O senhor, respondeu:
“Não, não sou padeiro, vai-te a outra casa.”
“E, se for um pouco de carne?”, volveu o mendigo.
“Claro que não. O que é que te faz pensar que eu seja carniceiro?!
“Uma tigela de farinha?”
“Será que esta casa tem a aparência de um moinho?”
O mendigo não estava disposto a desistir:
“Pelo menos dais-me uma moeda?”
“Aqui não está instalado nenhum banco!”
Perante tanta resposta negativa, disse o mendigo:
“Já que nada tendes para me dar, peço-vos humildemente que me deixeis descansar um pouco à sombra na vossa casa, o sol queima e eu estou extenuado.”
Vendo que assim nada perderia, o avarento concordou apesar de contrafeito, e disse:
“Senta-te ali, na sala.”
O homem entrou, dirigiu-se para a cadeira que lhe tinha sido destinada pelo dono, mas em vez de se sentar, baixou as calças e começou a fazer as necessidades no tapete persa.
“O que é que fazes, enlouqueceste, quem pensas que és?”, bradou com indignação e encolerizado o proprietário.
O mendigo respondeu:
“Num lugar como este, tão inútil, não vislumbro mais nada para fazer além de cagar.”
JOSÉ MARIA ALVES
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