A vós que me despejastes,
nesta loucura sem telhas
e neste chão de desastres,
acaso devo ajoelhar-me
e bendizer as cadeias?
E ser aquele que acata
as ordens e ser aquele
apaziguado e cordato,
preso às aranhas e às teias;
Levando o «sim» em uma das mãos
e o «não» noutra, rastejante
aos senhores da ocasião e da guerra,
ser no chão,
o insecto e sua caverna?
Corrente serei
no recuo das águas.
Resina aos frutos do exílio.
Espúrio entre as bodas.
Resíduo.
Até poder elevar-me
com a força de outras asas,
para os meus próprios lugares.
A vós que me despejastes,
nesta loucura sem telhas
e neste chão de desastres,
com a resistência das penas,
aceitarei o combate.
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