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ARTE

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

JOHN WILMOT (1647-1680) - AMOR E VIDA






Toda a minha Vida passada já não me pertence,
As horas partiram fugidias:
Como transitórios Sonhos abandonados,
Cujas Imagens são guardadas
Apenas pela Memória.

O Tempo que há-de vir não existe;
Como pode então ser meu?
O Momento presente é tudo o que tenho,
E este, tão depressa é conquistado
Como, Fílis, é apenas teu.

Não fales, então, de Inconstância,
De falsos Corações e de Juramentos quebrados;
Se eu, por Milagre, posso ser para ti
Verdadeiro neste Minuto que dura uma vida,
Tal é tudo o que o Céu permite.

Tradução de Cecília Rego Pinheiro


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