Dia 25 de Abril de 1974.
Os carros de combate, velhos carros da Escola Prática de Cavalaria de Santarém, passeiam-se nas ruas de Lisboa entre a multidão pasmada e aos guinchos, esfuziante como criança tresloucada. Chegara a democracia, esse bicho estranho alheio aos jardins Atlânticos.
Um cravo numa metralhadora.
"O povo unido jamais será vencido" – ouve-se desafinado no berreiro do Terreiro do Paço.
Um colunista brasileiro de seu nome Rubem Alves, afirma peremptório e corajosamente (no seu entender, e no nosso, já que de falta de coragem ninguém o poderá acusar) ser disso mesmo que tem medo, lembrando-nos as palavras de Al Berto no ano de 1992 em Coimbra, perante um auditório de estudantes que inviabilizavam a declamação dos seus poemas, por via de incómodo ruído de fundo:
"Eu não escrevo para idiotas!".
E numa análise curiosamente histórica, o cronista relembra-nos que em tempos idos era o santo nome de Deus invocadamente repetido como fundamento primordial da ordem política. Mas com a aposentação de Deus foi o povo medíocre, volúvel e não confiável que ocupou o Seu lugar.
E Deus sempre soube que o povo não é confiável (pelo menos é o que a Bíblia ensina, e porque o diz verdade deve ser...) e Al Berto sabe que o povo é idiota e eu sei que quanto mais janota mais sendeiro é.
Escreve o dito colunista:
"Na Bíblia, o povo e Deus andam sempre em direcções opostas.
Bastou que Moisés se distraísse na montanha para que o povo, na planície, se entregasse à adoração de um bezerro de ouro. Voltando das alturas, Moisés furioso quebrou as tábuas com os Dez Mandamentos.
E a história do profeta Oséias, homem apaixonado! O seu coração deleitava-se ao contemplar o rosto da mulher que amava! Mas ela tinha outras ideias. Amava a prostituição. Pulava de amante em amante enquanto o amor de Oséias pulava de perdão a perdão.
Até que ela o abandonou.
Passado muito tempo, Oséias perambulava solitário pelo mercado de escravos. E o que foi que viu?
Viu a sua amada sendo vendida como escrava.
Oséias não teve dúvidas. Comprou-a e disse: "Agora você será minha para sempre.".
Pois o profeta transformou a sua desdita amorosa numa parábola do amor de Deus.
Deus era o amante apaixonado. O povo era a prostituta. Ele amava a prostituta, mas sabia que ela não era confiável.
O povo preferia os falsos profetas aos verdadeiros, porque os falsos profetas lhe contavam mentiras. As mentiras são doces; a verdade é amarga.
Os políticos romanos sabiam que o povo se enrola com pão e circo.
No tempo dos romanos, o circo eram os cristãos sendo devorados pelos leões. E como o povo gostava de ver o sangue e ouvir os gritos! As coisas mudaram.
Os cristãos, de comida para os leões, transformaram-se em donos do circo.
O circo cristão era diferente: judeus, bruxas e hereges queimados na praça pública.
As praças ficavam apinhadas com o povo em festa, alegrando-se com o cheiro de churrasco e os gritos.
Reinhold Niebuhr, teólogo moral protestante, no seu livro "O Homem Moral e a Sociedade Imoral" observa que os indivíduos, isolados, têm consciência. São seres morais. Sentem-se "responsáveis" por aquilo que fazem. Mas quando passam a pertencer a um grupo, a razão é silenciada pelas emoções colectivas.
Indivíduos que, isoladamente, são incapazes de fazer mal a uma borboleta, se incorporados num grupo tornam-se capazes dos actos mais cruéis. Participam de linchamentos, são capazes de incendiar um índio adormecido e de arremessar uma bomba no meio de uma claque do clube rival.
Indivíduos são seres morais. Mas o povo não é moral. O povo é uma prostituta que se vende a baixo preço.
Seria maravilhoso que o povo agisse de forma racional, segundo a verdade e segundo os interesses da colectividade.
É sobre esse pressuposto que se constrói a democracia.
Mas uma das características do povo é a facilidade com que ele é enganado.
O povo é movido pelo poder das imagens e não pelo poder da razão.
Quem decide as eleições e a democracia são os produtores de imagens.
Os votos, nas eleições, dizem quem é o artista que produz as imagens mais sedutoras.
O povo não pensa. Somente os indivíduos pensam.
Mas o povo detesta os indivíduos que se recusam a ser assimilados à colectividade.
Nem Freud, nem Nietzsche e nem Jesus Cristo confiavam no povo.
Jesus foi crucificado pelo voto popular, que elegeu Barrabás.
Durante a revolução cultural, na China de Mao-Tse-Tung, o povo queimava violinos em nome da verdade proletária. Não sei que outras coisas o povo é capaz de queimar.
O nazismo era um movimento popular. O povo alemão amava o Führer.
O povo, unido, jamais será vencido!".
Mas, Rubem, vejamos: pode o "povo" alguma vez estar verdadeiramente unido? E se estiver unido, está-o em torno de quê ou de quem? Se sim, compreendo a tua inquietação; se não, a quem devemos temer? Ao "povo" ou à união de uma minoria governativa, esplendorosa e abastada, cercada por senhores feudais, poderosos, e por lacaios inumanos, um verdadeiro "polvo", que incendeia o coração agreste e brutal do "povo" em direcções absurdas?
O "povo" é uma criatura gigantesca e horrenda com o intestino grosso ligado ao cérebro, donde apenas brotam as ideias de merda que referes. O "povo" é incapaz de se organizar, desconhece a solidariedade e é cobarde.
O "polvo" é uma organização coesa, racional, enganadora e desumana.
É verdade, concordo contigo, amigo.
O "povo" não gosta de musica clássica, o "povo" odeia o silêncio e o autoconhecimento, exorciza a poesia, esconjura os pensadores.
Nunca leu Pessoa de quem apenas sabe chamar-se Fernando sentado lá para os lados do Chiado, pensa que Cesário Verde é uma espécie de arbusto, que Pessanha é uma doença, que o Cesariny joga a defesa esquerdo num clube italiano e o Agostinho da Silva (só por ser Silva) é dono de um supermercado, decerto na Amadora ou na Reboleira, enquanto que o Al Berto deve ser uma espécie de famigerado criminoso e bom amigo do Zé da Tarada.
O "povo" adora futebol, sabe tudo sobre os jogadores, a maioria verdadeiros anormais-gigantes-pés-de-barro, treinadores, tácticas; discute, zanga-se e sente-se importante no emblema asnático do seu clube.
Embebe-se de uma música burlesca, que tamborila incessante e estereotipadamente tal martelo hidráulico, o interior do crânio desfazendo-lhe irremediavelmente os neurónios ou das brejeiras canções de feira e romaria.
O "povo" segue atentamente as novelas e os concursos televisivos. Lê avidamente as revistas cor-de-rosa e sabe de cor as vidas dos que se expõem nessa vida social carnavalesca e de outras vidas alheias, para além de afinar a língua quotidianamente à escala da mesquinhez maior:
Os carros de combate, velhos carros da Escola Prática de Cavalaria de Santarém, passeiam-se nas ruas de Lisboa entre a multidão pasmada e aos guinchos, esfuziante como criança tresloucada. Chegara a democracia, esse bicho estranho alheio aos jardins Atlânticos.
Um cravo numa metralhadora.
"O povo unido jamais será vencido" – ouve-se desafinado no berreiro do Terreiro do Paço.
Um colunista brasileiro de seu nome Rubem Alves, afirma peremptório e corajosamente (no seu entender, e no nosso, já que de falta de coragem ninguém o poderá acusar) ser disso mesmo que tem medo, lembrando-nos as palavras de Al Berto no ano de 1992 em Coimbra, perante um auditório de estudantes que inviabilizavam a declamação dos seus poemas, por via de incómodo ruído de fundo:
"Eu não escrevo para idiotas!".
E numa análise curiosamente histórica, o cronista relembra-nos que em tempos idos era o santo nome de Deus invocadamente repetido como fundamento primordial da ordem política. Mas com a aposentação de Deus foi o povo medíocre, volúvel e não confiável que ocupou o Seu lugar.
E Deus sempre soube que o povo não é confiável (pelo menos é o que a Bíblia ensina, e porque o diz verdade deve ser...) e Al Berto sabe que o povo é idiota e eu sei que quanto mais janota mais sendeiro é.
Escreve o dito colunista:
"Na Bíblia, o povo e Deus andam sempre em direcções opostas.
Bastou que Moisés se distraísse na montanha para que o povo, na planície, se entregasse à adoração de um bezerro de ouro. Voltando das alturas, Moisés furioso quebrou as tábuas com os Dez Mandamentos.
E a história do profeta Oséias, homem apaixonado! O seu coração deleitava-se ao contemplar o rosto da mulher que amava! Mas ela tinha outras ideias. Amava a prostituição. Pulava de amante em amante enquanto o amor de Oséias pulava de perdão a perdão.
Até que ela o abandonou.
Passado muito tempo, Oséias perambulava solitário pelo mercado de escravos. E o que foi que viu?
Viu a sua amada sendo vendida como escrava.
Oséias não teve dúvidas. Comprou-a e disse: "Agora você será minha para sempre.".
Pois o profeta transformou a sua desdita amorosa numa parábola do amor de Deus.
Deus era o amante apaixonado. O povo era a prostituta. Ele amava a prostituta, mas sabia que ela não era confiável.
O povo preferia os falsos profetas aos verdadeiros, porque os falsos profetas lhe contavam mentiras. As mentiras são doces; a verdade é amarga.
Os políticos romanos sabiam que o povo se enrola com pão e circo.
No tempo dos romanos, o circo eram os cristãos sendo devorados pelos leões. E como o povo gostava de ver o sangue e ouvir os gritos! As coisas mudaram.
Os cristãos, de comida para os leões, transformaram-se em donos do circo.
O circo cristão era diferente: judeus, bruxas e hereges queimados na praça pública.
As praças ficavam apinhadas com o povo em festa, alegrando-se com o cheiro de churrasco e os gritos.
Reinhold Niebuhr, teólogo moral protestante, no seu livro "O Homem Moral e a Sociedade Imoral" observa que os indivíduos, isolados, têm consciência. São seres morais. Sentem-se "responsáveis" por aquilo que fazem. Mas quando passam a pertencer a um grupo, a razão é silenciada pelas emoções colectivas.
Indivíduos que, isoladamente, são incapazes de fazer mal a uma borboleta, se incorporados num grupo tornam-se capazes dos actos mais cruéis. Participam de linchamentos, são capazes de incendiar um índio adormecido e de arremessar uma bomba no meio de uma claque do clube rival.
Indivíduos são seres morais. Mas o povo não é moral. O povo é uma prostituta que se vende a baixo preço.
Seria maravilhoso que o povo agisse de forma racional, segundo a verdade e segundo os interesses da colectividade.
É sobre esse pressuposto que se constrói a democracia.
Mas uma das características do povo é a facilidade com que ele é enganado.
O povo é movido pelo poder das imagens e não pelo poder da razão.
Quem decide as eleições e a democracia são os produtores de imagens.
Os votos, nas eleições, dizem quem é o artista que produz as imagens mais sedutoras.
O povo não pensa. Somente os indivíduos pensam.
Mas o povo detesta os indivíduos que se recusam a ser assimilados à colectividade.
Nem Freud, nem Nietzsche e nem Jesus Cristo confiavam no povo.
Jesus foi crucificado pelo voto popular, que elegeu Barrabás.
Durante a revolução cultural, na China de Mao-Tse-Tung, o povo queimava violinos em nome da verdade proletária. Não sei que outras coisas o povo é capaz de queimar.
O nazismo era um movimento popular. O povo alemão amava o Führer.
O povo, unido, jamais será vencido!".
Mas, Rubem, vejamos: pode o "povo" alguma vez estar verdadeiramente unido? E se estiver unido, está-o em torno de quê ou de quem? Se sim, compreendo a tua inquietação; se não, a quem devemos temer? Ao "povo" ou à união de uma minoria governativa, esplendorosa e abastada, cercada por senhores feudais, poderosos, e por lacaios inumanos, um verdadeiro "polvo", que incendeia o coração agreste e brutal do "povo" em direcções absurdas?
O "povo" é uma criatura gigantesca e horrenda com o intestino grosso ligado ao cérebro, donde apenas brotam as ideias de merda que referes. O "povo" é incapaz de se organizar, desconhece a solidariedade e é cobarde.
O "polvo" é uma organização coesa, racional, enganadora e desumana.
É verdade, concordo contigo, amigo.
O "povo" não gosta de musica clássica, o "povo" odeia o silêncio e o autoconhecimento, exorciza a poesia, esconjura os pensadores.
Nunca leu Pessoa de quem apenas sabe chamar-se Fernando sentado lá para os lados do Chiado, pensa que Cesário Verde é uma espécie de arbusto, que Pessanha é uma doença, que o Cesariny joga a defesa esquerdo num clube italiano e o Agostinho da Silva (só por ser Silva) é dono de um supermercado, decerto na Amadora ou na Reboleira, enquanto que o Al Berto deve ser uma espécie de famigerado criminoso e bom amigo do Zé da Tarada.
O "povo" adora futebol, sabe tudo sobre os jogadores, a maioria verdadeiros anormais-gigantes-pés-de-barro, treinadores, tácticas; discute, zanga-se e sente-se importante no emblema asnático do seu clube.
Embebe-se de uma música burlesca, que tamborila incessante e estereotipadamente tal martelo hidráulico, o interior do crânio desfazendo-lhe irremediavelmente os neurónios ou das brejeiras canções de feira e romaria.
O "povo" segue atentamente as novelas e os concursos televisivos. Lê avidamente as revistas cor-de-rosa e sabe de cor as vidas dos que se expõem nessa vida social carnavalesca e de outras vidas alheias, para além de afinar a língua quotidianamente à escala da mesquinhez maior:
Ai aquela que desgraçada... E a puta da minha vizinha que berra como cabra desalmada... E o do segundo direito comprou um carro novo... Ai o azeiteiro que tem a mulher a atacar... Ai a filha da Maria que é uma drogada... Ai aquele que não faz nada... Ai que anda a gamar... Ai a vaca da velha que só dos outros sabe falar e não vê o que lhe vai em casa... Ai a miúda que está a olhos vistos a engordar... Ai que foi enganada... Ai se me saísse o euromilhões... Dava tudo aos pobres e nunca mais me levantava... E aquela mentirosa com um putanheiro em casa a dizer que é engenheira... Ai que o é é mas na cama o dia inteiro... Ai o filho da puta do caloteiro... Ai ai ai que a minha rata não é como a tua; está lavada, ó desgraçada...
Um povinho que se ausenta e se habitua a todas as iniquidades desta sociedade corroída pela traça-corrupção do oportunismo, pela bicha-solitária do egoísmo e pelas lombrigas da inveja, onde já ninguém se acredita na justiça.
“A justiça portuguesa não é apenas cega. É surda, muda, coxa e marreca.
Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com isso, apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do encobrimento, do compadrio e da corrupção.”. Não sou eu que o digo, é a Clara Ferreira Alves que o escreve, sendo o dito "povo" na sua perspectiva, um público acrítico, burro e embrutecido.
Um "povo" que se endividou por ter "fome da sobremesa alheia". Para ter um carro com mais cavalos (ou mais ou menos bestas, o que da procriação depende...) do que o dos vizinhos (aqueles pindéricos!...), uma residência (casa é coisa de pobre!) num condomínio de luxo com 4 casas de banho (porque quem muito come, muito o há-de cagar...), 5 plasmas para que cada um veja o seu concurso, novela, e futebol (o futebol não pode faltar; é como o cagar), os filhos cheios de letras da moda da cabeça até aos pés (passando pelo cu, claro está) e de consolas e computadores para os jogos e ver as gajas nuas (não esquecendo o livro das caras, um face-qualquer-coisa tão grato às escapadelas, engates e pares de cornos).
E neste corre-corre do endividamento, como escreveu assisado o advogado Barreiros, "tudo quanto era vedeta deu a cara, sendo actor, as pernas, sendo futebolista, ou o que vocês sabem, sendo o que vocês adivinham, para aconselhar-nos a ir àquele Balcão bancário buscar dinheiro, vendermo-nos ao dinheiro, enforcarmo-nos na figueira infernal do dinheiro. Satanás ria. O Inferno começava na terra.", muito especialmente nos PIGS.
E a Europa vai caindo e o "povo" que come o que não produz, dança.
"E a puta dança", diria o Tony Botto (julgo que se transferiu para o Real Madrid como preceptor...)
Como dizes, Rubem, o povo que amas não é uma realidade, é uma esperança. O povo que amas nunca estará unido em nada que valha verdadeiramente a pena. O perigo não vem do "povo", mas do "polvo".
De qualquer modo o POVO que eu amo não é o "povo", mas o desvalido conjunto dos pobres, dos oprimidos e desiludidos deste planeta. E é o "polvo" que abomino. O outro "povo", o da tua esperança, é-me indiferente.
Mas, o "polvo" unido jamais será vencido. Todos o sabemos sem que o queiramos enfrentar. Como é difícil pegar pelos cornos a realidade...E como eu sinto saudades dos antigos caçadores de polvos...
A puta dança e o Inferno fica, que do Purgatório não há vista. Veio para ficar e não há válida mezinha que o possa exterminar. A tua esperança, amigo Rubem, é uma ilusão olfactiva; merda há-de ser sempre merda e por muito que nos esforcemos nunca será sabão de cheiro.
Mas não te quedes triste, que neste fado o "povo" tem o que merece.
Assim, quando eu me ausentar, para o cimo da montanha, para um mosteiro ou para o meio do mar, por favor,
Deixem-me estar!
“A justiça portuguesa não é apenas cega. É surda, muda, coxa e marreca.
Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com isso, apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do encobrimento, do compadrio e da corrupção.”. Não sou eu que o digo, é a Clara Ferreira Alves que o escreve, sendo o dito "povo" na sua perspectiva, um público acrítico, burro e embrutecido.
Um "povo" que se endividou por ter "fome da sobremesa alheia". Para ter um carro com mais cavalos (ou mais ou menos bestas, o que da procriação depende...) do que o dos vizinhos (aqueles pindéricos!...), uma residência (casa é coisa de pobre!) num condomínio de luxo com 4 casas de banho (porque quem muito come, muito o há-de cagar...), 5 plasmas para que cada um veja o seu concurso, novela, e futebol (o futebol não pode faltar; é como o cagar), os filhos cheios de letras da moda da cabeça até aos pés (passando pelo cu, claro está) e de consolas e computadores para os jogos e ver as gajas nuas (não esquecendo o livro das caras, um face-qualquer-coisa tão grato às escapadelas, engates e pares de cornos).
E neste corre-corre do endividamento, como escreveu assisado o advogado Barreiros, "tudo quanto era vedeta deu a cara, sendo actor, as pernas, sendo futebolista, ou o que vocês sabem, sendo o que vocês adivinham, para aconselhar-nos a ir àquele Balcão bancário buscar dinheiro, vendermo-nos ao dinheiro, enforcarmo-nos na figueira infernal do dinheiro. Satanás ria. O Inferno começava na terra.", muito especialmente nos PIGS.
E a Europa vai caindo e o "povo" que come o que não produz, dança.
"E a puta dança", diria o Tony Botto (julgo que se transferiu para o Real Madrid como preceptor...)
Como dizes, Rubem, o povo que amas não é uma realidade, é uma esperança. O povo que amas nunca estará unido em nada que valha verdadeiramente a pena. O perigo não vem do "povo", mas do "polvo".
De qualquer modo o POVO que eu amo não é o "povo", mas o desvalido conjunto dos pobres, dos oprimidos e desiludidos deste planeta. E é o "polvo" que abomino. O outro "povo", o da tua esperança, é-me indiferente.
Mas, o "polvo" unido jamais será vencido. Todos o sabemos sem que o queiramos enfrentar. Como é difícil pegar pelos cornos a realidade...E como eu sinto saudades dos antigos caçadores de polvos...
A puta dança e o Inferno fica, que do Purgatório não há vista. Veio para ficar e não há válida mezinha que o possa exterminar. A tua esperança, amigo Rubem, é uma ilusão olfactiva; merda há-de ser sempre merda e por muito que nos esforcemos nunca será sabão de cheiro.
Mas não te quedes triste, que neste fado o "povo" tem o que merece.
Assim, quando eu me ausentar, para o cimo da montanha, para um mosteiro ou para o meio do mar, por favor,
Deixem-me estar!
5 comentários:
Olá Dr. José, tudo bem?
Olhei o Repertório Clínico, vi que tem uma homeopatia para surdez e para surdez de idosos, mas não sei a dinamização?
Tenho 48 anos estou com uma baixa na escuta para sons baixinhos, se a pessoa fala muito baixo não escuto e, acabo falando baixinho também. Fiz audiometria e me indicaram usar aparelho auditivo. Se puder me dar uma dica? Tenho muita fé na homeopatia.
Um forte abraço!
Luiza
Boa noite Amiga
Pelos motivos que constam do primeiro artigo do nosso blogue »
http://www.autoisopatiaenergetica.blogspot.pt/
sugerimos que faça o tratamento pela AUTO-ISOPATIA ENERGÉTICA.
Não deixe no entanto de seguir escrupulosamente as indicações do seu médico assistente e nada obsta a que faça simultaneamente homeopatia (se assim o entender) em conformidade com os nossos protocolos de tratamento e outros que lhe sejam sugeridos por terapeutas credenciados e que possam fazer o acompanhamento da patologia em observação directa.
(caso encontre na rubrica surdez o medicamento que mais se adeque à sua patologia, pode fazê-lo em 6 CH, 3 gotas 3 vezes ao dia, espaçando as tomas em função das melhorias)
Nesse blogue irá encontrar um procedimento expedito e “bastante” para que possa promover a sua AUTOCURA.
Estou certo de que progressivamente irá “caminhando” na direcção da Cura. Persistência, paciência, empenhamento e esperança (ou fé) serão as suas mais valiosas “armas”, coadjuvantes do tratamento que lhe sugiro.
Um abraço e as melhoras.
Querido amigo Dr. José, obrigado pelas indicações, fiz um curso neste fim de semana sobre os Elixires de Cristais, que também ajudarão muito.
Muita fé.
Um abração
Luiza
Olá Dr. José,tudo bem?
Fiz oa homeopatias Calendula 6ch, Graphite 6ch e Hidrastis 6ch tudo junto para surdez. Estou usando desde 29/08. Será que tem problema as 3 juntas no mesmo frasco? Como é um problema de baixa auditiva que os cilios não levam o som até ouvido interno e ja´faz tempo, talvez demore mais as melhoras, demanhã percebo que estou mais surda, mas a noite noto a melhora.Percebo a TV com o volume + alto. Me indicaram também tomar Cloreto de magnésio, durante a noite au deitar.
Abraços
Luiza
Boa tarde Amiga
Pode fazer os 3 medicamentos no mesmo frasco.
Vamos aguardar mais 15 dias e depois reavaliamos.
Sugiro que faça também o tratamento da AUTO-ISOPATIA ENERGÉTICA - veja um dos comentários que antecede o seu.
Um abraço e as melhoras.
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