os derradeiros raios de sol secam taciturnos nas pedras milenares
fundeando no plano onde a fereza das flores se aquieta
a transgressão dos nossos primeiros pais fervilha no sangue da aldeia que fora tão cândida como a antemanhã da reminiscência dos inculpados ah a louquice dos que entram pela noite cingidos por cobertas abrasadas
nunca alquebram sem se rogarem ao anjo que os abriga na inspirada desolação do mal cravado no mundo
firmes são as garras do bufo-real siberiano
recapitulam a altanaria das fotografias patentes aos tapumes caducos dos que se quiseram iguais ao altíssimo
transparentes e eternos como crianças-anjo soberanos das melhores abundâncias a carne exsudada nas virilhas os membros tais heliantos em comoção constante num lugar onde o mal extravasa das fontanas inexauríveis
a insubordinação da razão a neve da árvore da vida o ceptro do tempo em anéis de ardósias vermelhas
enclaustrámos os olhos e deixámos nas nossas costas a paixão flor de todas as subsistências espermáticas
esbracejámos no mármore nas estátuas de sal nos espinhos acravados nos pulsos no génio rural do rebanho que se entorna na encosta nua e assimétrica
primeiro imortais depois ressuscitados remidos do pecado original
o sol narcotizou-se no horizonte descontínuo
lua que a cada instante encarna em gente as quimeras irão trazer-nos na pua da lança o ritmo do inferno e o enigma da anopsia da mente
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